Dívida espanhola atinge 165% do PIB, Igreja e rei não sofrem com austeridade

Os dados foram divulgados pelo Banco de Espanha no mesmo dia em que o governo de Rajoy anunciou mais cortes na despesa pública, atingindo a saúde pública e a educação.

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Os dados foram divulgados pelo Banco de Espanha no mesmo dia em que o governo de Rajoy anunciou mais cortes na despesa pública, atingindo a saúde pública e a educação.

Por Redação (Publicado por BE Internacional)

A relação entre a dívida externa e o PIB em Espanha é das mais altas do mundo. As normas da União Europeia estabelecem uma dívida externa máxima de 60% do PIB; quando se iniciou a intervenção na Grécia a dívida grega era de 120% do PIB, verificando-se que a política de austeridade adotada a fez subir em menos de dois anos para quase 170% do PIB. O governo direitista de Rajoy, em associação com a senhora Merkel e a Comissão Europeia, segue essa mesma política na Espanha, que poderá significar um em cada quatro espanhóis desempregados no fim deste ano. A dívida externa espanhola é sobretudo privada; só 16% correspondem a dívida pública.

Na segunda-feira, o governo de Mariano Rajoy anunciou novos cortes no valor de 10 bilhões de euros na saúde pública e na educação. Apesar do anúncio do aprofundamento da austeridade, os juros da dívida espanhola continuam aumentando, provocando o que a comunicação social qualifica como "a desconfiança dos mercados". O mesmo acontece com as dívidas da Itália e da Grécia, revelando estas situações o fracasso contínuo das políticas de austeridade.

Mariano Rajoy anunciou já cortes de despesas em três etapas: a primeira de 16 bilhões de euros; a segunda de 40 bilhões; e agora a terceira, de 10 bilhões, sem dar mais explicações.

Entretanto, a revista Europa Laica anunciou recentemente que o Estado Espanhol, que a Constituição proclama laico, contribui anualmente com cerca de 10 bilhões de euros para a Igreja Católica, verba equivalente à terceira fatia de cortes incidindo sobre saúde e educação. Os gastos do Estado com a casa real, segundo informações desta instituição, atingem 16 bilhões de euros anuais, correspondentes ao valor da primeira fatia de cortes.