Documento do caso Marielle contradiz MP: menção a condomínio de Bolsonaro está nas mãos da polícia há um ano

A promotora que primeiro informou que a planilha não havia sido apreendida anteriormente foi Carmen Carvalho, afastada do caso por aparecer em foto com a camiseta de campanha de Jair Bolsonaro

Foto: Reprodução/Facebook
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro possui há um ano as planilhas com os registros de entrada de visitantes do condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa e morou até se mudar para o Palácio do Planalto, de acordo com documentos revelados pela Folha, em matéria desta terça-feira (5). Os papéis contradizem recente versão do Ministério Público do Rio, segundo a qual o órgão só teve acesso aos documentos em 5 de outubro passado, quando afirma ter apreendido o material na portaria do condomínio no curso da investigação sobre o mandante do assassinato da vereadora. A promotora que primeiro informou que a planilha não havia sido apreendida anteriormente foi Carmen Carvalho, afastada do caso por aparecer em foto com a camiseta de campanha de Jair Bolsonaro. Os documentos foram obtidos durante a investigação do caso, porque o policial militar aposentado Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do crime, também mora no condomínio Vivendas da Barra, o mesmo de Bolsonaro. A Promotoria foi informada em março deste ano sobre a apreensão das planilhas e a Divisão de Homicídios da polícia está em poder dos papéis ao menos desde novembro de 2018. Procurados pela Folha e informados sobre o teor da reportagem, o Ministério Público disse que só irá se manifestar no processo e a Polícia Civil não quis falar. Como revelado na semana passada pelo Jornal Nacional, uma das planilhas manuscritas indicava que o ex-PM Élcio tinha como destino a casa 58, a de Bolsonaro.