"É falso que a Lava-Jato não corrompeu a constituição brasileira", afirma Demori na Câmara

Editor do Intercept criticou ausência de deputados bolsonaristas, que fugiram da audiência para questionar o jornalista

Leandro Demori (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados) Créditos: Agência Câmara
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Em uma audiência pública na Comissão de Trabalho (CTASP) da Câmara dos Deputados, o editor do The Intercept Brasil, Leandro Demori, afirmou nesta terça-feira (10) que é falso que a Lava-Jato é a única instituição brasileira que combate a corrupção. No ocasião ele ressaltou que a divulgação das mensagens que envolve procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro vem mostrando à opinião pública o papel de uma imprensa livre. O jornalista reforçou o interesse público em torno das informações publicadas. "Temos neste momento 8 redações de veículos brasileiros e estrangeiros trabalhando em parceria", ressaltou. Para Demori caiu por terra a tese de Sérgio Moro de que jornalistas estariam fraudando as conversas e diálogos para atingi-lo. "Antes nós tínhamos a imagem da Lava-Jato, construída por eles próprios, e que foi vendidas por eles como os 14 o 15 procuradores que iriam combater a corrupção no Brasil, uma lógica simples e absurda que foi comprada por parte da imprensa sem nenhum questionamento", ressaltou. Na ocasião, Demori criticou a ausência do procurador Deltan Dallagnol, que pela segunda vez deixou de participar na Câmara ao convite de explicações ao parlamentares. "Infelizmente, também não vejo aqui os deputados do PSL que pediram a prisão dos jornalistas do Intercept. Estou vendo que a porta da comissão está aberta, mas nenhum deles veio participar", criticou. Ao final Demori explicou que jornalista que publica informação vazada não comete crime. "Já procuradores confessaram que vazavam de forma seletiva informações “para deixar colaboradores de joelhos”, esses sim cometem", finalizou.