"Governo Bolsonaro tem fortes inclinações nazistas e fascistas", diz carta de judeus; leia a íntegra

A carta é assinada por mais de 200 intelectuais, entre eles a cientista Natalia Pasternak, a historiadora Lilia Schwarcz, a pesquisadora Esther Hamburguer e o cineasta Silvio Tendler

Jair Bolsonaro (Arquivo)
Escrito en BRASIL el

Uma carta assinada por 260 judeus associa o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) com o nazismo alemão e o fascismo italiano e afirma que "é preciso chamar as coisas pelo nome".

Assinam a carta: a cientista Natalia Pasternak, a historiadora Lilia Schwarcz, Íris Kantor e Michel Ghermen, a psicóloga Lia Vainer Schucman, os cineastas Pedro Farkas, Esther Hamburguer e Silvio Tendler entre outras personalidades.

Confira a carta na íntegra:

"É preciso chamar as coisas pelo nome.

É chegada a hora de nós, intelectuais, livres-pensadores, judeus e judias progressistas, descendentes das maiores vítimas do regime nazista, posicionarmos, como atores sociais diante do debate público sobre o atual momento nacional. É perceptível que o governo encabeçado por Jair Bolsonaro tem fortes inclinações nazistas e fascistas

É preciso chamar as coisas pelo nome.

Perspectivas conspiratórias e antidemocráticas produzem, tal qual o fascismo e o nazismo, inimigos e aliados imaginários.

Se não judeus, como o caso do Terceiro Reich, esquerdistas; se não ciganos, cientistas; se não comunistas, como na Itália fascista, feministas. A ideia de uma luta constante contra ameaças fantasmagóricas continua.

Porém há mais. As reiteradas declarações racistas e nazistas do governo Bolsonaro, o uso de símbolos fascistas e referência à extrema-direita não podem deixar dúvidas.

O projeto de poder avança. Genocídio, destruição das estruturas democráticas do Estado e práticas eugênicas estão escancaradas. Cabe a nós brasileiros e brasileiras impedir que cheguemos a uma tragédia maior.

O Fora Bolsonaro deve ser o chamado uníssono da hora. É o chamado contra o genocídio".

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