Em 12 anos, cursinho popular auxilia mais de mil jovens da Região Tocantina

Iniciativa de voluntários nasceu da ideia de colaborar com estudantes que passam por dificuldades e não têm condições de pagar por um reforço

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Por Jefferson Sousa, da Rede Fórum de Jornalismo IMPERATRIZ – Nascido da ideia de colaborar com estudantes que passam por dificuldades nos estudos, mas não têm condições de pagar por um reforço, o cursinho popular da Universidade Estadual da Região Tocantina (UEMASul) já ajudou mais de mil jovens da Região Tocantina a tentarem uma vaga em instituições públicas de Imperatriz (MA). A cidade se destaca por ser polo universitário e pessoas de diversas partes do país, principalmente da região, vão em busca de uma oportunidade de entrar no ensino superior. O cursinho popular foi fundado em 2005 por iniciativa de acadêmicos da própria UEMASul e, até o momento, conta com 21 professores voluntários. Formado em Ciências Biológicas pela UEMASul, Emerson Bento de Araújo, coordenador do cursinho popular desde 2013 e professor do projeto nas disciplinas de biologia, inglês e espanhol, explica que as aulas têm como foco preparar os alunos para o processo seletivo da universidade e, no ano passado, chegou a receber mais de 400 inscrições. “Tivemos aqui mais de 400 inscrições e, dessas, selecionamos 200 para a prova. As cem melhores notas entraram no cursinho. Mesmo assim, a gente deixa o pessoal num cadastro-reserva caso alguém desista. As aulas geralmente são voltadas para o vestibular da UEMASul, mas a gente tenta incluir questões do Enem também”, detalha Bento. As aulas acontecem de domingo a domingo na UEMASul. Até o ano passado, o cursinho popular era totalmente gratuito. Porém, Bento relata que o projeto conta apenas com o espaço para as aulas e, por isso, este ano estão pedindo uma contribuição de R$ 5,00 na inscrição para a confecção do material pedagógico de apoio. “Se pudéssemos contar com a universidade seria melhor. A universidade deu o espaço para a gente, mas nunca colaborou, nem com material, nem nada. A gente não tem pincel, por exemplo. Os professores voluntários têm que trazer de casa”, lamenta o professor. Na contramão das dificuldades, o coordenador comemora os resultados obtidos pelo cursinho popular nestes 12 anos de existência. “De cem alunos, aprovamos 44 no ano passado, 28 para UEMASul e demais, no Enem. Dois alunos passaram para medicina no último Enem”, celebra Bento. Ex-aluna do cursinho popular e graduanda de Matemática na UEMASul, Milena Silva Gomes disse que a falta de dinheiro e o amor pela profissão de professora a motivaram na busca do reforço escolar gratuito. “Tive interesse porque não tinha condições de pagar um cursinho. Quando entrei, vi que os professores dão aula por amor e me identifiquei. Aprendi com eles o amor pela sala de aula. Eles me ajudaram muito até a conhecer o campus que eu não conhecia. Tenho vários amigos que passaram pelo cursinho, outros que foi até eu indiquei. Hoje, eu sou voluntaria auxiliando os professores”, conta Milena. [caption id="attachment_97192" align="aligncenter" width="637"]cursinho popular uemasul Milena: "Não tinha condições de pagar um cursinho"[/caption] Exemplo Seguindo o mesmo formato do cursinho da UEMASul, professores voluntários fundaram este ano um outro cursinho popular na cidade de João Lisboa, distante 12 quilômetros de Imperatriz. Ao todo são 90 vagas, com preferência para alunos da rede pública de ensino. As aulas acontecerão aos fins de semana e o projeto conta com 14 professores voluntários. Confira abaixo o mapa dos Cursinhos Populares no Brasil, que está sendo elaborado pela Rede Fórum de Jornalismo. Tem sugestão de cursinho par inserir no mapa? Envie-nos para o e-mail [email protected]