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Na ocasião, o pontífice encorajou a luta dos movimentos populares e classificou a reforma agrária como uma “obrigação moral” para reduzir as desigualdades e garantir o acesso da população a terra, trabalho e alimentação de qualidade
Por Redação
De segunda a quarta-feira dessa semana, o Papa Francisco participou de um encontro, em Roma, com 200 representantes de organizações de todo o mundo para analisar as causas da exclusão social. Na ocasião, ele encorajou a luta dos movimentos populares para que a população tenha acesso a “terra, moradia decente e trabalho digno”. Francisco afirmou que “a reforma agrária é, além de uma necessidade política, uma obrigação moral”, ao explicar que a especulação financeira sobre o preço dos alimentos faz com que milhões de pessoas se tornem vítimas da fome e da desigualdade.
O pontífice criticou ainda o sistema econômico atual, que, segundo ele, “coloca os lucros acima” dos seres humanos. “Se o lucro é econômico, sobre a humanidade ou sobre o homem, são efeitos de uma cultura do descarte que considera o ser humano em si mesmo como um bem de consumo, que pode ser usado e depois jogado fora”, declarou.
O Brasil enviou representantes ao evento, como o secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner, e o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile. Também marcaram presença na atividade a Via Campesina, Levante Popular da Juventude, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Juízes para a Democracia (ADJ) e outros. Dentre os presentes, estiveram o presidente da Bolívia, Evo Morales, que foi o único chefe de Estado a participar do encontro. Líder indígena, da etnia aimara, ele discursou durante o ato para saudar publicamente o papa.
Foto de capa: CNBB