Em entrevista a Datena, Maia joga água fria no impeachment: "Não é hora"

Presidente da Câmara também avalia que Alexandre Ramagem terá dificuldades porque a Polícia Federal trabalha unida e rechaça interferências

Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (28) que as acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro não são uma prioridade.

"Temos que ter prioridades. Houve um conflito entre o presidente com algum ministro aí vai para impeachment? Não é assim. Tem que ter equilíbrio, paciência, nosso papel é tentar reduzir a projeção de desemprego, que vai para 16%, ou seja mais 4 a 5 milhões desempregados, e no combate ao coronavírus", disse Maia, em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.

Na última sexta-feira (24), Bolsonaro demitiu o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e Moro pediu demissão, acusando o presidente de interferência na PF para proteger filhos e aliados de investigações.

"As crises políticas continuam, isso abala a confiança dos investidores, tem um impacto na retomada dos investimentos, mas há quatro crises: a política, a econômica, a de renda e da saúde, que é a mais importante no momento. Não podemos deixar que a política contamine nossa responsabilidade e urgência de aprovar o que é fundamental no combate à pandemia."

Maia ressaltou que isso não é empurrar problemas para baixo do tapete. "Cada coisa no seu tempo", pontuou. "Nós temos uma CPI da fake news vai avançar, um inquérito no STF que vai avançar e nós aqui estamos avançando com as pautas focadas no enfrentamento do coronavírus e proteção social."

O presidente da Câmara também comentou a confirmação, nesta terça, de Alexandre Ramagem como novo diretor-geral da PF. Maia avalia que o indicado de Bolsonaro terá dificuldades no cargo.

"Olha, não conheço o quadro que foi para Polícia Federal. Acho que ele vai ter dificuldades na corporação, da forma como ficou polêmica a sua nomeação. A gente sabe que a Polícia Federal é uma corporação muito unida, que trabalha de forma muito independente, qualquer tipo de interferência é sempre rechaçada e sempre foi assim", disse Maia.