Em Fórum, Cooperativa de Teatro discute "a arte no social"

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Incluir a arte, seja ela em forma de dança, teatro, música e todas as suas variedades na vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos, como protagonistas ou espectadores, de qualquer classe social ou etnia pelo simples fato de se expressarem ou se emanciparem. Essa foi a proposta de debates do segundo dia do VII Fórum Artístico da Cooperativa Paulista de Teatro, com o tema: “a arte no social”, ocorrido em sua sede, na tarde de terça feira, 11. O evento acontece nos dias 10, 11 e 12 de setembro.

Entre os participantes, esteve presente o responsável pelo trabalho de arte para terceira idade no Sesc, José Carlos Ferrigno, o representante da Oficina Cultural Mazzaropi, Gerson Fontes e a diretora de educação do presídio feminino do Carandiru, a psicóloga Rosana Pontes.

Em sua fala, Ferrigno tratou da necessidade de se fomentar políticas públicas na área de cultura para idosos. “Precisamos levar cultura de qualidade para essas pessoas que estão à mercê de uma produção cultural medíocre, a televisão”. De acordo com ele, o trabalho artístico com idosos, “devolve a eles o direito de se expressarem, explorarem seus corpos e se sociabilizarem. Quebra-se o isolamento, traz o idoso a uma atuação pública mais intensa”.

No entanto, segundo ele, infelizmente o idoso participante de atividades culturais geralmente é de classe média. “Já realizei pesquisas e constatei que os idosos de classe mais pobre quase não participam, pois sempre estão atarefados com seus netos, já que seus filhos estão trabalhando ou não tem condições de criá-los”, relata.

Durante o debate, Ferrigno também discutiu o papel da arte como meio de interação de pessoas de diferentes faixas etárias. “Isso é imprescindível para formamos uma sociedade que respeite valores, principalmente dos idosos” comentou.

Já Fontes abordou como a arte pode ajudar pessoas marginalizadas e ociosas, envolvidas com prostituição e drogas: “atuamos nesses locais, pois geralmente são pessoas que já estão sem identidade, sem uma referência de vida” disse. Ele relatou

casos de comunidades carentes que participaram de oficinas de teatro, dança e música e seus resultados satisfatórios “não tem coisa melhor de ver a arte trazer de volta a essas pessoas a auto-estima perdida”. De acordo com ele, a arte tem que ser usada para o social, só assim terá ser verdadeiro sentido, “esse resgate, essa inclusão de pessoas, só é possível pela arte”.


A outra participante do debate, a psicóloga Rosana Pontes, discutiu a importância da arte para trazer as presas de volta para a vida, “depois do trabalho de teatro realizado, elas voltaram a se enxergar como ser humano”.

(Originalmentepublicado no Brasil de Fato)