Empresa acusa Época de mentir e de não lhe dar direito de resposta

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"Em vez de perguntar claramente o que temos a dizer sobre as acusações que constituem o coração da reportagem, a revista se valeu de questionamentos laterais, tirando de nós o direito básico à defesa", diz nota divulgada pela Agência Pepper Interativa, alvo de matéria publicada pela revista. Empresa alega que não teve o direito de resposta atendido pela publicação Por Redação A Agência Pepper Interativa, que trabalha com produção de conteúdo para web e campanhas publicitárias e eleitorais, acusa a revista Época de fazer acusações infundadas sobre suas atividades, além de não lhe conceder o direito de resposta garantido por lei. Matéria publicada pelo semanário na última sexta-feira (14) afirma que a agência "montou uma operação intrincada no exterior para receber valores da construtora Queiroz Galvão" – ação que teria envolvido, segundo a reportagem, a criação de uma offshore de fachada no Panamá e de uma conta secreta na Suíça. A empresa argumenta que o repórter responsável pelo texto não lhe fez perguntas diretas sobre os assuntos que pretendia abordar. "Em vez de perguntar claramente o que temos a dizer sobre as acusações que constituem o coração da reportagem, a revista se valeu de questionamentos laterais, tirando de nós o direito básico à defesa", contrapôs, em nota. Confira abaixo o comunicado emitido pela agência:

A revista Época publicou uma reportagem sobre a Pepper, na qual faz afirmações gravíssimas, sem lastro factual. Pior, sem nos dar o direito de responder às duas maiores acusações, absolutamente infundadas:

1) a de que Carolina Oliveira, esposa do governador Fernando Pimentel, seria “uma espécie de sócia oculta” nossa.

2) que teríamos intermediado recursos do BNDES a Pimentel, no tempo em que era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

No questionário encaminhado por Época à Pepper, não há referência às duas imputações. Em vez de perguntar claramente o que temos a dizer sobre as acusações que constituem o coração da reportagem, a revista se valeu de questionamentos laterais, tirando de nós o direito básico à defesa.

Para sustentar a afirmação pesada de que Carolina Oliveira seria “uma espécie de sócia oculta” nossa, Época se ampara na informação de que ela “distribuía cartões no mercado como se fosse representante da Pepper”. Não é “como se fosse”. Carolina Oliveira era uma representante nossa. Mesmo sem ser informados de que a suspeita da revista era essa, explicamos os cartões de visita, da seguinte forma: “A Pepper tem o costume de confeccionar cartões de visita para aqueles que mantêm contatos externos, mesmo colaboradores. Foi o caso da sra. Carolina Oliveira”. Durante os 28 meses em que trabalhou conosco, Carolina Oliveira recebeu cerca de R$ 440.000 reais – uma média de R$ 15.700 reais por mês –, absolutamente dentro dos padrões de mercado.

Para sustentar a segunda grave acusação, de que a Pepper teria intermediado recursos do BNDES a Pimentel, a revista escreveu: “Funcionou assim: entre 2013 e 2014, a Pepper recebeu R$ 520 mil do BNDES por serviços de publicidade e repassou R$ 236 mil a Carolina Oliveira”. Como informamos à reportagem, Carolina Oliveira jamais indicou a Pepper para o BNDES ou qualquer outro cliente público, de forma que não recebeu qualquer remuneração pelo contrato. O trabalho para o BNDES foi solicitado à Pepper por uma agência de publicidade contratada pelo banco, que cotou o serviço com outras empresas concorrentes. Vencemos com a melhor proposta.

Posto que seu interesse era sugerir que tudo não passou de um repasse de recursos, Época poderia ter nos solicitado provas de que o serviço foi realizado ou, valendo-se da legislação de transparência, requerer os dados ao próprio BNDES. O questionário encaminhado pela reportagem não pede o envio de evidência contratual para este trabalho. Ressalte-se que 520 mil reais por dois anos dá, recolhidos os impostos, um rendimento médio mensal de R$ 17.700 reais.

Época tem o direito de não acreditar nas respostas que recebe, mas tem o direito de simplesmente não perguntar? Tem o direito de deixar de fora do questionário encaminhado justamente as graves acusações que planejava formular? E que respondidas, como só podemos fazer agora, mostrariam a fragilidade do material apurado? A Pepper entende que não.

Apresentar a Pepper como uma empresa de fachada não é apenas uma mentira, é uma agressão. A Pepper soma mais de 100 clientes atendidos, tem 51 colaboradores diretos, participou de várias campanhas eleitorais vitoriosas e já recebeu premiação internacional por seu trabalho em campanhas políticas, além do reconhecimento por ações promovidas na web.

A Pepper tomará todas as medidas para defender sua imagem e reputação e para evitar que sua atuação profissional seja deturpada.

Pepper Interativa