Enem elimina ditadura militar de prova em edição sob a gestão de Bolsonaro

Desde 2009, quando a avaliação assumiu o atual formato, esse tema tem sido recorrente nas provas de ciências humanas e linguagens

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Nenhuma questão sobre a ditadura militar (1964-1985) foi encontrada no Enem - Exame Nacional do Ensino Médio deste ano, primeira edição sob o governo de Jair Bolsonaro (PSL). Desde 2009, quando a avaliação assumiu o atual formato, esse tema tem sido recorrente nas provas de ciências humanas e linguagens. Outro tema ausente foi sobre a Era Vargas (1930-1945). Uma comissão foi criada pelo Inep - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira para analisar os conteúdos que sairiam na prova, já que Bolsonaro determinou que não fossem abordados temas “ofensivos” e “inadequados”, como questões raciais, de gênero, sobre diversidade, entre outras. Militar reformado, Bolsonaro sempre criticou os relatos históricos que constam nos livros sobre a ditadura militar. Além de já ter homenageado o acusado de tortura Coronel Ustra, o presidente pediu, em março deste ano, que as unidades militares comemorassem os 55 anos do golpe que tirou o presidente João Goulart do poder. Enquanto a ditadura foi banida do exame, os estudantes tiveram que responder sobre temas sociais como a população quilombola, SUS (Sistema Único de Saúde), Conselho de Segurança da ONU e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, entre outros.