Enquanto o mundo todo disputa as poucas doses das vacinas contra a Covid-19 disponíveis, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que é general da ativa, se mostrou, digamos, otimista. Ele disse nesta quinta-feira (21) que o Brasil vai receber uma avalanche de ofertas do imunizante já neste mês.
“Em janeiro, começo de fevereiro, vai ser uma avalanche de laboratórios apresentando propostas, porque são 270 iniciativas no mundo”, afirmou. A fala aconteceu durante evento do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), em Brasília.
A despeito dessa previsão otimista, países do mundo todo disputam as doses já fabricadas e em produção para imunizar suas populações. Nos locais onde a vacinação já começou, há menos de dez produtos sendo usados, entre eles o da Pfizer, da Moderna, a Sputnik V, do instituto russo Gamaleya, a Coronavac, da chinesa Sinovac – que é aplicada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan - a vacina desenvolvida por AstraZeneca e Oxford e o da chinesa Sinopharma.
A fala remete à declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em dezembro, para quem que os fabricantes de vacina é que devem procurar o Brasil, não o contrário. Na sua ótica, diante de um mercado consumidor “enorme” no país, o interesse é dos laboratórios em pedir autorização na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Sem atraso
Pazuello disse ainda que não há atraso na obtenção de insumos da China para a fabricação de vacinas contra a Covid-19 pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz. Segundo ele, o contrato do Butantan previa entrega dos insumos para 10 de fevereiro e, o da Fiocruz, para 31 de janeiro.
Mas o próprio presidente do Butantan, Dimas Covas, disse no início desta semana que há, sim, atraso em relação ao programado. Segundo ele, uma carga do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) está pronta para embarcar, aguardando liberação do governo chinês. E a Fiocruz disse que terá de postergar a entrega de vacinas para março por estar sem o insumo.