Estado Islâmico: filho de deputado jordaniano participa de ataque suicida no Iraque

Mohamed Dalaeen, que havia sido enviado ao exterior pelo pai para estudar Medicina, largou o curso, se uniu ao grupo extremista e, três meses mais tarde, participou de ataque suicida no Iraque junto com outros integrantes sírios.

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Mohamed Dalaeen, que havia sido enviado ao exterior pelo pai para estudar Medicina, largou o curso, se uniu ao grupo extremista e, três meses mais tarde, participou de ataque suicida no Iraque junto com outros integrantes sírios Por Redação* O deputado da Jordânia Mazen Dalaeen, em entrevista ao programa Outlook, da BBC, desabafou sobre a morte do filho, que se uniu ao Estado Islâmico após deixar a faculdade de Medicina e morreu como homem-bomba em atentado no Iraque. Depois do ocorrido, Dalaeen direcionou seus esforços para resgatar jovens que tenham se convertido às ideias extremistas do Estado Islâmico, combatendo a propaganda de alto impacto do grupo nos países da região. Em seu depoimento, o deputado contou que o filho havia deixado o país para estudar na Ucrânia e se casou com uma nativa. Durante as férias, ele conheceu a nora e notou que o filho elogiava constantemente ações do grupo extremista. Ao deixar o país de novo, rumo à Síria, o então estudante enviou mensagem ao pai avisando da sua associação ao grupo e do atentado que cometeria. O pai ressalta que, no áudio, Mohamed parecia estar com medo e não ter total consciência das próprias atitudes. Tudo o que o pai soube sobre o filho depois disso foi que morreu ao lado de outros dois militantes, de nacionalidade síria, ao derrubarem uma ponte de pedestres na tentativa de causar a morte de integrantes de uma milícia iraquiana. As informações que chegaram ao pai vieram pelas redes de notícias. Resgate de jovens Após a morte do filho, Dalaeen dedicou-se ao resgaste de jovens que tivessem sido seduzidos pela propaganda extremista, cujos argumentos giram em torno da possibilidade de uma vida menos penosa, com casa, alimento, dinheiro e propriedades garantidas. Para aqueles que não quisessem se mudar, a jihad era uma opção. De acordo com o deputado, em nenhum momento o terrorismo e extremismo eram tratados abertamente como tais. A jihad ofertada pelo Estado Islâmico, de acordo com o deputado, é uma visão distorcida. O termo refere-se ao dever dos muçulmanos de disseminarem a sua fé. Para o grupo extremista, a jihad só poderia ser alcançada por esses jovens uma vez que eles matassem as pessoas que seguiam o Islã de forma incorreta em países que chamam de “terras infiéis”. Foto: Reprodução * Informações da BBC