"Estou morrendo, não tenho oxigênio", diz homem à esposa enquanto espera por vaga na UTI

Companheira do paciente só conseguiu vaga depois de acionar a Defensoria Pública

Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará/Fotos PúblicasCréditos: Pedro Guerreiro/Agência Pará
Escrito en BRASIL el

Um homem com Covid-19 e que ficou internado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Queimados, na Baixada Fluminense (RJ), antes de conseguir uma vaga em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) desabafou com a esposa antes de ser levado para o Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz (INI) e disse temer que não fosse aguentar e morrer.

Greice Oliveira ficou com o marido, Ricardo Nascimento de Oliveira, que tem 45 anos, internado por cinco dias na UPA. De acordo com relatos dela, o marido começou a ter sintoma da Covid-19 no dia 10 de março e, desde então, iniciou a busca por lugar em várias unidades de saúde. Porém, no dia 19 ele apresentou uma piora e começou a ter falta de ar, daí Greice o levou para a UPA de Queimados.

Nesse ínterim, Ricardo escreve para Greice e diz que não vai aguentar esperar pela vaga na UTI: "Estou morrendo", "não, para com isso", "não sei se aguenteo até amanhã", "aguenta firme", "estou falando sério", "pelo amor de Deus", "não tenho oxigênio", "respira devagar".

Ao G1, Greice relatou que os profissionais da UP "falaram que iam dar uma medicação para ele, logo em seguida veio a enfermeira falando que eu teria que levar ventilador e travesseiro porque a unidade não tem ar-condicionado. É um calor do inferno e ele está desde sexta esperando uma vaga. Eu tive que ir à Defensoria Pública para conseguir, para corrermos atrás dessa vaga".

Após 5 dias, Ricardo conseguiu uma vaga e foi transferido para o Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz (INI).


Com informações do G1