Durante a caravana de retorno à Bolívia, o ex-presidente Evo Morales foi recebido por uma enorme multidão de apoiadores ao chegar na cidade de Chimoré, localizada no departamento de Cochabamba, nesta quarta-feira (11). Desde segunda-feira ele está cruzando o país da fronteira com a Argentina até a província de Chapare, onde cresceu e começou sua trajetória política-sindical.
O retorno de Morales à cidade aconteceu um ano depois de sua partida ao exílio em razão do golpe de Estado de 2019. Foi do aeroporto de Chimoré que o ex-presidente saiu para o México em uma operação diplomática que envolveu Argentina, Peru e Paraguai. Posteriormente, ele saiu do país governador por Andrés Manuel López Obrador em direção à Argentina de Alberto Fernández.
A grande mobilização aconteceu diante de um palco montado em frente ao aeroporto que contou com a presença de Morales, do ex-vice-presidente Alvaro Garcia Linera, lideranças do Movimento ao Socialismo e do exterior, como é o caso de Andrés Arauz, candidato à presidência do Equador apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa. O presidente eleito Luis Arce, do MAS, não compareceu, mas telefonou para Morales na noite de terça-feira.
"Nossa luta não é somente por um cargo, é por um projeto político de libertação", disse Morales em trecho de emocionante discurso.
"Um ano de infâmia se apoderou da nossa pátria. Mataram nossos irmãos. Queimaram a casa de Evo. Mataram em Senkata e Sacaba. E uma gangue de ladrões de apoderou do Estado. E eles tem nome: Quiroga, Mesa, Añez, Murillo. Toda a escória da história", disse Linera, em seu primeiro discurso público desde que voltou ao país. Ele também estava exilado.
No Twitter, Morales agradeceu a mobilização: "Desde muito cedo, milhares de irmãos e irmãs foram chegando em Chimoré desde todos os rincões do país com suas vestimentas, sua música e seu coração emocionado. Aqui iniciamos a festa democrática porque derrotamos a noite escura somente com a esperança".
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