Evo Morales lança acordo para promover a paz na Bolívia

Ex-presidente, que está no exílio na Argentina, propôs a iniciativa visando as eleições de 3 de maio, e fez um apelo para “garantir um ambiente de paz” em seu país natal

Evo Morales - Foto: Bolívia TV
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O termo “grande acordo nacional” pode não soar bem no Brasil, devido ao seu uso em nosso passado recente, mas na Bolívia ele já tem nova conotação, já que foi o nome escolhido por Evo Morales para batizar a proposta com a qual ele pretende defender “um ambiente de paz” em seu país, visando as eleições de 3 de maio. Em comunicado publicado junto com a divulgação do acordo, Morales afirmou que “a violência gera, como consequência, mais violência, e o que precisamos para recuperar a normalidade é de entendimento entre todos”. Presidente do partido MAS (Movimento Ao Socialismo) e agora candidato a senador, Evo Morales fez um apelo para que seus seguidores evitem confrontações com representantes da direita durante a campanha. “Temos visto que aumentaram os casos de racismo e discriminação. Algumas pessoas são perseguidas e agredidas simplesmente por vestir uma roupa de determinada cor, ou por militar em um partido político. A desconfiança não pode nem deve se consolidar em nossa vida cotidiana”, comentou o ex-mandatário. Para evitar essas situações, Morales lançou uma lista de dez recomendações, que ele pede que sejam “iniciativas coletivas” em favor da paz durante a campanha eleitoral. “São ideias que visam fazer com que as eleições sejam um verdadeiro cenário de reencontro entre bolivianas e bolivianos, para fechar todas as feridas da nossa sociedade”, explicou. As dez medidas propostas por Evo são as seguintes:
  1. Erradicar o discurso de ódio nas ruas, nas redes, nos meios de comunicação. E também erradicar o racismo e todas as formas de discriminação.
  2. Erradicar as notícias falsas, as mentiras, a guerra sucia em toda a campanha eleitoral.
  3. Desarticular todos os grupos de choque, paramilitares e outros que atentam contra a vida, a integridade física e a liberdade das pessoas.
  4. Garantir a todos os partidos políticos o direito de fazer campanha livremente em todo o território nacional.
  5. Garantir que todas as sedes de campanha sejam respeitadas.
  6. Garantir que esta campanha eleitoral se caracterize pelo debate de ideias e a contraposição de programas de governo para o povo escolha as que considere melhores.
  7. Garantir o respeito tanto à Whipala (bandeira indígena) quanto à pollera (traje indígena) e à gravata.
  8. Garantir que as instituições como a Polícia e as Forças Armadas cumpram devidamente com seu rol constitucional.
  9. Que seja preservado o voto de todas e de todos os bolivianos, que nenhum grupo atente contra as instalações dos Tribunais Eleitorais.
  10. Garanta a participação efetiva da comunidade internacional, para que sejam testemunhas e garantias de transparência em todas as etapas do processo eleitoral.