Executiva nacional e bancada do Psol lançam nota sobre entrevista de Luciana Genro

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Nota da legenda diz que "o impeachment, instrumento que só pode ser usado com crime de responsabilidade comprovado, se tornou uma saída para negar o resultado das urnas, com o propósito de retirar a presidenta Dilma do poder, buscando um 'acordão' para salvar outros citados nas investigações da Lava Jato" Por Redação A Executiva nacional do Psol e a bancada da legenda na Câmara dos Deputados emitiu nota no início da noite desta terça-feira a respeito da entrevista concedida pela ex-presidenciável Luciana Genro ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta terça-feira (29). Na entrevista, entre outras declarações, Genro nega que haja um golpe em gestação no país. "Não estamos em uma situação de golpe, onde haja o risco de assumir um governo que vai restringir as liberdades individuais, que vá censurar, que vá prender, que vá torturar. Há uma tentativa do governo se fortalecer apelando para esse espírito democrático das pessoas e esse medo", afirmou. Na nota, o Psol disse que "as últimas atitudes do juiz Sérgio Moro representam claro uso político da Justiça e comprometem o trabalho desenvolvido pela Operação Lava Jato. Atitudes que possuem objetivos midiáticos rompem regras democráticas básicas e favorecem a estratégia de um golpe institucional". Confira a íntegra do texto. Em entrevista publicada nesta terça-feira (29) a ex-candidata à Presidência da República pelo PSOL, Luciana Genro, expressou suas opiniões sobre o atual momento político que o país vive. Embora falando em nome próprio, por se tratar de figura pública do PSOL, o partido e sua bancada se sentem na obrigação de registrar que a posição oficial do partido, de sua bancada federal e de dezenas de lideranças partidárias, divulgada na última semana, é a que segue abaixo: Nota da Executiva Nacional e da bancada do PSOL Face à velocidade dos últimos acontecimentos e a radicalização da crise política, tomamos um posicionamento firme e sem meias palavras: 1.Somos oposição programática e de esquerda ao governo Dilma. Combatemos suas políticas regressivas e questionamos as concessões feitas ao grande capital. Diante da atual crise, do ajuste fiscal e da retirada de direitos, é inegável que este governo tem se afastado dos reais anseios da maioria da população. 2.Somos favoráveis a toda e qualquer investigação, desde que respeitado o Estado Democrático de Direito, sem seletividade ou interferências externas. É preciso que se desvendem as relações promíscuas entre os poderes da República e o grande empresariado. 3.As últimas atitudes do juiz Sérgio Moro representam claro uso político da Justiça e comprometem o trabalho desenvolvido pela Operação Lava Jato. Atitudes que possuem objetivos midiáticos rompem regras democráticas básicas e favorecem a estratégia de um golpe institucional. 4.Somos contra a saída gestada pelos partidos da oposição conservadora, pelo grande capital e pelos grandes meios de comunicação. O impeachment, instrumento que só pode ser usado com crime de responsabilidade comprovado, se tornou uma saída para negar o resultado das urnas, com o propósito de retirar a presidenta Dilma do poder, buscando um “acordão” para salvar outros citados nas investigações da Lava Jato. A troca de governo acelerará os ajustes pretendidos pelos poderosos, retirando direitos dos trabalhadores e atingindo nossa soberania. 5.A saída é pela esquerda. É necessário promover uma reforma política profunda, com ampla participação popular, ter coragem de mudar radicalmente os rumos da economia, auditar a dívida pública, priorizar o consumo e a produção, taxar as grandes fortunas e baixar a taxa de juros de forma consistente. Propostas não faltam. Mas é preciso coragem para contrariar interesses do grande capital. Executiva Nacional do PSOL e bancada na Câmara dos Deputados Brasília, 29 de março de 2016.