Indígenas e movimentos sociais se reunem para organizar reação ao início das obras em Cabrobó (PE).
Começaram nesta segunda-feira, 25, as obras para a transposição do rio São Francisco. Após polémica sobre a obra e várias manifestações contra a transposição, são aguardadas para os próximos dias uma agenda de manifestações.
Segundo Neguinho Truká, da reserva indígena Truká, a mobilização contra a transposição envolve os indígenas Truká e de outras 26 comunidades tradicionais (incluindo remanescentes de quilombolas) ao longo do São Francisco, além do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
O líder Truká afirma que ainda não há definição sobre manifestação ou articulação contra o inicio das obras, mas revelou que deve haver reação.
No dia 4 de junho, um contingente com cerca de 50 militares se instalaram na cidade de Cabrobó, em Pernambuco, para a realização da primeira fase das obras.
Polêmica
O projeto de transposição do rio prevê a construção de dois canais: o Eixo Norte, que levará água para os estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte; e o Eixo Leste, para atender ao sertão e às regiões de agreste de Pernambuco e da Paraíba. O custo estimado para o projeto é de R$ 4,9 bilhões.
Os movimentos sociais questionam o investimento diante do impacto em 12% do território de Semi-Árido. O uso econômico voltado majoritariamente para o agronegócio e a falta de ações de revitalização do São Francisco também são criticados.