Exército financiou festa com prostitutas usando dinheiro de esquema de corrupção

Justiça Militar condenou 26 acusados, incluindo 11 oficiais, 8 militares de baixa patente e sete empresários cúmplices, mas todos cumprirão pena em liberdade por serem “réus primários”

Comando Militar Amazônia, onde teria ocorrido o esquema de corrupção (foto: divulgação)
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Uma decisão da Justiça Militar, proferida pelo magistrado Alexandre Quintas nesta terça-feira (21), condenou 26 pessoas pela participação em um esquema de corrupção no CMA (Comando Militar Amazônia) que envolve 19 militares e 7 empresários da área de alimentos em uma série de fraudes em contratos de compra de alimentos, que estiveram vigentes entre os anos de 2005 e 2006.

Entre os 11 oficiais militares envolvidos estão dois coronéis, um tenente-coronel, um subtenente, um major e cinco capitães. Todos receberam pena de prisão, sendo a maior delas a de um dos coronéis, que deveria cumprir 16 anos – mas que, na verdade, cumprirá a pena em liberdade, como todos os demais condenados, por serem considerados “réus primários”.

A sentença também relata o esquema foi gerado a partir da proximidade entre dois dos capitães envolvidos e um dos empresários. O texto conta que os valores chegaram a ser usados para “promover uma festa em um motel de Manaus, para a qual foram contratadas prostitutas para os referidos oficiais”.

O esquema foi revelado pela Polícia Federal em 2006, através da chamada Operação Saúva, que encontrou gravações e documentos comprovando as fraudes em licitações de compra de alimentos, pagamento de propina, manipulação de preços, fraude no recebimento dos produtos em qualidade e quantidade.

Segundo as informações da Polícia Federal, o esquema chegou a movimentar cerca de 620 mil reais, em valores de 2005, não atualizados.