Exército mata jovem e impede regresso de Zelaya

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Manuel Zelaya foi ontem impedido de regressar às Honduras, conforme estava anunciado. O exército, com centenas de efetivos e veículos militares, ocupou a pista do Aeroporto de Toncontín, na capital Teguciglapa, não permitindo que o presidente hondurenho pudesse regressar ao país. O avião ainda sobrevoou o aeroporto, tentando sem sucesso fazer-se à pista.

No avião venezuelano onde seguia Zelaya viajavam também muitos jornalistas internacionais, que registaram a sua indignação: "se tivesse pará-quedas, lançava-me". Obrigado a desistir da aterragem, Zelaya seguiu para o vizinho El Salvador, onde foi também recebido por manifestantes solidários.

Zelaya havia apelado a que "todos os agricultores, moradores, índios, jovens e todos os trabalhadores, grupos de empresários e amigos" se manifestassem pacificamente no aeroporto à sua chegada. O apelo teve eco em milhares de pessoas, que se organizaram numa Marcha contra o golpe de Estado (vídeo aqui) e se concentraram nas imediações do aeroporto a partir da manhã de ontem.

O exército reprimiu os manifestantes, alegadamente por tentarem invadir a pista do aeroporto, disparando contra a multidão, o que provocou a morte de um jovem de 19 anos. Muitas outras pessoas tiveram ainda que receber assistência hospitalar, por terem sido atingidas por gás lacrimogéneo e gás mostarda.

Por Esquerda.net. Foto por Christian C.