Extrema-direita da Hungria quer que Bolsonaro financie cristãos na Síria, Iraque ou Líbano

O objetivo do governo Viktor Orban é evitar que cristãos de comunidades no oriente deixem seus países de origem em direção à Europa, furando as barreiras imigratórias implementadas pela extrema-direita na região, como ocorre na própria Hungria

Bolsonaro com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán (Reprodução)
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Reportagem de Jamil Chade, no portal Uol nesta quarta-feira (27), revela que o governo de extrema-direita de Viktor Orbán na Hungria propôs ao chanceler brasileiro Ernesto Araújo que o governo Jair Bolsonaro financie comunidades cristãs no oriente que estariam sendo ameaçadas por islâmicos. O objetivo de Orban, na realidade, é evitar que cristãos de países como íria, Iraque ou Líbano - que foram oferecidos ao governo brasileiro para financiamento - deixem seus países de origem em direção à Europa, furando as barreiras imigratórias implementadas por governos de direita na região, como ocorre na própria Hungria. "Na Hungria, há um sentimento contra a imigração e pela proteção de cristianismo. A Hungria está na rota da invasão islâmica e precisamos nos proteger. Temos o direito de proteger nossa cultura", disse Orbán, em discurso próximo ao de membros do governo brasileiro. O Itamaraty confirmou que o tema foi alvo de uma conversa entre os dois governos. Mas indicou que não existe ainda uma definição. Araújo foi o primeiro chanceler brasileiro a visitar a Hungria. Além dele, Eduardo Bolsonaro e Damares Alves também se encontraram com membros do governo húngaro.