Em nova fala homofóbica, Bolsonaro diz que ivermectina “mata bichas”

Comentário preconceituoso foi feito pelo presidente em entrevista a emissora de rádio. Ele já foi condenado no TJ/RJ por afirmações semelhantes, dadas num programa de TV em 2011, e impedido de recorrer ao STJ

Foto: Presidência da República
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O presidente Jair Bolsonaro protagonizou nesta quarta-feira (21) um novo episódio de homofobia, durante uma entrevista à rádio Jovem Pan de Itapetininga, no interior de São Paulo.

Após falar que mais de 200 pessoas tomaram ivermectina para tratar a síndrome respiratória aguda provocada pelo novo coronavírus e que ninguém morreu, o locutor Milton Júnior endossou suas palavras: “Se serve de demonstração, aqui na rádio, todos nós tomamos a ivermectina e ninguém pegou Covid-19”.

Bolsonaro, então, disparou o comentário homofóbico, na sequência da fala do radialista. "Cuidado, que ivermectina mata bichas, hein! Cuidado!”, disse.

Condenação no Tribunal de Justiça do RJ por homofobia

Não é a primeira vez que Jair Bolsonaro faz comentários homofóbicos e vira alvo de repúdio e ações judiciais. Por conta de uma declaração abertamente ofensiva aos homossexuais, dada em 2011 ao extinto programa CQC, da Band, o que lhe custou uma condenação em 2ª instância na Justiça do Rio de Janeiro.

Bolsonaro disse que num havia passado por sua cabeça ter um filho gay porque tinha dado “boa educação” aos seus filhos e que jamais iria a um desfile de moda com homossexuais porque não “promoveria maus costumes”, além “de acreditar em Deus e na preservação da família”.

Coletivos que representam gays de todo o Brasil ajuizaram um processo contra o homem que viria a se tornar presidente da República anos depois e conseguiram sua condenação em 1ª e 2ª instâncias, além de uma decisão que impediu o então deputado de recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.