Familiares de membros da cúpula da ditadura embolsam até R$ 43 mil de pensão por mês

Levantamento feito pelo Metrópoles e a agência Fiquem Sabendo mostra que o Brasil segue financiando herdeiros do golpe

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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Levantamento feito com base nos dados divulgados pela Controladoria-Geral da União (CGU) no último domingo (27) dão ideia de quanto o Brasil gasta com o pagamento de pensões de familiares dos integrantes da cúpula da Ditadura Militar. Há pensionistas que recebem até R$ 43 mil mensais.

Os dados apresentados pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, apontam que netas, filha, sobrinha e nora dos ex-ditadores estão entre os R$ 19,3 bilhões gastos pelo Estado com pensões de militares em 2020. Filhas e viúvas de sete ex-ministros e um ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) também aparecem.

Cláudia Candal Médici, neta do general Emílio Médici, recebeu R$ 392 mil como pensionista em 2020, R$ 36 mil por mês, em média. Já Lydia Geisel, sobrinha do general Ernesto Geisel, embolsou R$ 384 mil no ano passado. Anna Eulina da Costa e Silva, nora do general Artur da Costa e Silva, recebeu, por sua vez, R$ 524 mil em 2020 - R$ 43 mil mensais.

O levantamento foi realizado pelo colunista em conjunto com a agência Fiquem Sabendo, especializada na Lei de Acesso à Informação, com apoio técnico de Fernando Barbalho e do Brasil.io.

Os valores mostram que o Brasil, além de não aplicar sanções ou condenações aos ditadores, não cortou o financiamento dos familiares daqueles que instalaram um período de repressão, perseguição, torturas, mortes, censura e restrição de liberdade.

Confira os dados completos na coluna do Guilherme Amado, no Metrópoles