Foi perigoso se candidatar a uma vaga de vereador ou prefeito neste ano. Levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu conta de que, até agora, houve 264 crimes de violência contra candidatos e pré-candidatos das eleições deste ano. Desse total, segundo levantamento da corte, houve 100 homicídios tentados ou levados a cabo.
Em 2016, ano das últimas eleições municipais, o número foi bem menor: 46 crimes. Ou seja, sob um clima de ódio – especialmente político -, o total de ocorrências criminais contra políticos envolvidos nas disputas subiu 474% neste ano.
Os números ainda são parciais e foram apresentados nesta terça-feira (24) pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso.
Os dados incluem crimes praticados contra quem disse que pretendia disputar as eleições- antes de setembro, quando venceu o prazo para registro das candidaturas –e contra aqueles que efetivamente concorreram.
Homicídios e ameaças
Segundo os números contabilizados pelo TSE, dos 100 homicídios tentados ou consumados contra candidatos desde janeiro, 67 ocorreram em outubro e novembro, quando todas as candidaturas já estavam confirmadas pelos partidos.
Desde janeiro, 45 candidatos e pré-candidatos foram assassinados, 12 dos quais entre outubro e novembro. A maior parte dos casos ocorreu no Sudeste. Na última semana antes da eleição, candidatos às prefeituras das cidades paulistas de Mairinque, São Vicente e Macedônia e um concorrente a uma vaga de vereador em Guarulhos (SP) sofreram ataques a tiros. No caso de Mairinque, o candidato Rafael de Oliveira Dia (MDB), o Rafael da Hípica, estava em sua casa quando ocorreram os tiros. Todos eles sobreviveram.
Em relação às ameaças, foram 146 registros desde janeiro até o momento, 109 dos quais entre outubro e novembro. Também desde o início do ano, o TSE contabilizou 18 crimes de lesão corporal conta candidatos e pré-candidatos.
Covardia contra mulheres
Em pronunciamento sobre a violência na campanha, Barroso destacou os ataques físicos ou morais às mulheres que são candidatas.
O presidente do TSE saudou o fato de o Brasil ter obtido um aumento no número de mulheres eleitas neste pleito e disse que há mais de 50 candidatas a prefeitas e vice-prefeitas ainda concorrendo neste segundo turno.
E afirmou: “Esse tipo de agressão física ou moral às mulheres é pior do que machismo: é covardia”.
Com informações da Agência Brasil