Faroeste eleitoral: crimes contra candidatos crescem 474% em relação a 2016, diz TSE

Total de ocorrências chegou a 264; presidente do tribunal destacou ainda ataques morais dirigidos a candidatas mulheres durante a campanha e afirmou: é covardia

Rafael da Hípica, que disputou a Prefeitura de Mairinque (SP), mostra marca deixada por tiro na janela de sua casa (Foto Reprodução Facebook)
Escrito en POLÍTICA el

Foi perigoso se candidatar a uma vaga de vereador ou prefeito neste ano. Levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu conta de que, até agora, houve 264 crimes de violência contra candidatos e pré-candidatos das eleições deste ano. Desse total, segundo levantamento da corte, houve 100 homicídios tentados ou levados a cabo.

Em 2016, ano das últimas eleições municipais, o número foi bem menor: 46 crimes. Ou seja, sob um clima de ódio – especialmente político -, o total de ocorrências criminais contra políticos envolvidos nas disputas subiu 474% neste ano.

Os números ainda são parciais e foram apresentados nesta terça-feira (24) pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso.

Os dados incluem crimes praticados contra quem disse que pretendia disputar as eleições- antes de setembro, quando venceu o prazo para registro das candidaturas –e contra aqueles que efetivamente concorreram.

Homicídios e ameaças

Segundo os números contabilizados pelo TSE, dos 100 homicídios tentados ou consumados contra candidatos desde janeiro, 67 ocorreram em outubro e novembro, quando todas as candidaturas já estavam confirmadas pelos partidos.

Desde janeiro, 45 candidatos e pré-candidatos foram assassinados, 12 dos quais entre outubro e novembro. A maior parte dos casos ocorreu no Sudeste. Na última semana antes da eleição, candidatos às prefeituras das cidades paulistas de Mairinque, São Vicente e Macedônia e um concorrente a uma vaga de vereador em Guarulhos (SP) sofreram ataques a tiros. No caso de Mairinque, o candidato Rafael de Oliveira Dia (MDB), o Rafael da Hípica, estava em sua casa quando ocorreram os tiros. Todos eles sobreviveram.

Em relação às ameaças, foram 146 registros desde janeiro até o momento, 109 dos quais entre outubro e novembro. Também desde o início do ano, o TSE contabilizou 18 crimes de lesão corporal conta candidatos e pré-candidatos.

Covardia contra mulheres

Em pronunciamento sobre a violência na campanha, Barroso destacou os ataques físicos ou morais às mulheres que são candidatas.

O presidente do TSE saudou o fato de o Brasil ter obtido um aumento no número de mulheres eleitas neste pleito e disse que há mais de 50 candidatas a prefeitas e vice-prefeitas ainda concorrendo neste segundo turno.

E afirmou: “Esse tipo de agressão física ou moral às mulheres é pior do que machismo: é covardia”.

Com informações da Agência Brasil