Fazendeiros prometem “guerra” contra indígenas

Alvo dos ataques são os indígenas Guarani Kaiowá, que promovem a retomada de suas terras tradicionais

"Não podemos ter medo de índio não. Nós vamos partir pra guerra, e vai ser na semana que vem" (Reprodução)
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Alvo dos ataques são os indígenas Guarani Kaiowá, que promovem a retomada de suas terras tradicionais Por Redação do Brasil de Fato Fazendeiros do município de Paranhos, no sul do Mato Grosso do Sul, prometem um confronto armado contra indígenas da região, que promovem a retomada de suas terras tradicionais. [caption id="attachment_18227" align="alignright" width="300" caption=""Não podemos ter medo de índio não. Nós vamos partir pra guerra, e vai ser na semana que vem" (Reprodução)"][/caption] Em 10 de agosto, pistoleiros atacaram um acampamento erguido por cerca de 400 Guarani Kaiowá no tekoha (território sagrado) Arroio Kora. A homologação da área foi feita pelo governo federal, mas suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O processo ainda não foi votado por todos os ministros, e os indígenas cobram rapidez na decisão. Atualmente, os índios Guarani Kaiowá e Guarani-ñhandeva de Arroio Kora vivem em situação precária e improvisada em barracos de lona na beira de estradas e em reservas indígenas do Cone Sul do Mato Grosso do Sul. Estima-se que 100 famílias sejam originárias da região. Ameaça Com o impasse, a terra permanece ocupada por ruralistas, que se articulam contra os indígenas. Em entrevista ao Portal Midiamax, o fazendeiro Luis Carlos da Silva Vieira, conhecido como “Lenço Preto”, diz que está convocando os fazendeiros da região para a “guerra”. “Se o governo quer guerra, vai ter guerra. Se eles podem invadir, então nós também podemos invadir. Não podemos ter medo de índio não. Nós vamos partir pra guerra, e vai ser na semana que vem. Esses índios aí, alguns perigam sobrar. O que não sobrar, nós vamos dar para os porcos comerem”, dispara. Ele conta que já houve conversas com outros produtores da região e confirma que o conflito armado já é considerado uma opção, caso o governo não intervenha em seu favor. “A maioria dos fazendeiros está comigo. Arma aqui é só querer. Eu armo esses fazendeiros da fronteira rapidinho, porque o Paraguai fica logo ali, e na guerra não tem bandido”, avisa.