Covaxin: Flávio Bolsonaro participou de encontro com dono da Precisa e presidente do BNDES

O senador afirmou que a imprensa busca criar uma "falsa narrativa" de que ele teria conexões com a empresa envolvida na compra do imunizante indiano

Flávio Bolsonaro - Foto: Agência Senado
Escrito en BRASIL el

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), coincidentemente está em todas. Agora surgiu uma reunião na qual, além dele, participaram Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, empresa que fechou contrato de venda da vacina indiana Covaxin, e o presidente do BNDES, Gustavo Montezano.

De acordo com informações reveladas pela revista Veja, no dia 13 de outubro de 2020, o senador Flávio Bolsonaro participou de uma videoconferência com o presidente do BNDES e com o dono da Precisa Medicamentos.

A reunião está registrada na agenda oficial do BNDES e, além dos três, Danilo Fiorini, que é o CEO da Xis Internet Fibra, outra empresa que pertence a Maximiano, também participou.

Em comunicado enviado à revista, o BNDES afirmou que a reunião tratou de possíveis financiamentos à empresa de Maximiano. "Após esse encontro virtual, ocorreu nova reunião da equipe técnica do banco para explicação mais detalhada das alternativas de apoio ao setor de telecomunicações, a qual não contou com a participação do presidente Montezano (BNDES) ou do senador. Não ocorreu nenhuma contratação do BNDES com a XIS Internet Fibra e nem existe trâmite para isso atualmente", informou o BNDES.

Por sua vez, o senador Flávio Bolsonaro divulgou nota na tarde desta sexta-feira (25) onde afirma que a imprensa busca "criar conexões entre o parlamentar e a empresa" e que isso "causa estranhamento e parece ser parte de um esforço para criar uma narrativa falsa".

Negócio sob suspeita

Informações divulgadas nesta terça-feira (22) por Julia Affonso, no jornal O Estado de S. Paulo, aumentam as suspeitas de corrupção do governo federal na compra da vacina Covaxin, produzida na Índia, país com que Jair Bolsonaro (sem partido) fez lobby para liberação de cloroquina comprada pela farmacêutica EMS.

Desta vez o esquema tem como alvo a Precisa Medicamentos que, diferentemente dos demais imunizantes, intermediou a compra da vacina pelo Brasil.

Bolsonaro deu aval para a compra da Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, havia sido anunciado pela própria fabricante.

Um telegrama da embaixada brasileira em Nova Délhi mostra que, quando lançada, a vacina produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech foi oferecia ao governo brasileiro por 100 rúpias ou cerca de 1,34 dólares a dose. Mas acabou sendo negociada com a Precisa pelo governo por 15 dólares a dose, a mais cara de todas as vacinas.