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A imprensa alemã teve acesso, na última sexta-feira (26), a um depoimento que conta que o incêndio no Parlamento alemão em 1933 ocorreu de uma maneira diferente do que a contada pelas autoridades nazistas.
Na época, o incêndio foi usado como desculpa pelo partido nazista, que argumentou que o incêndio era obra de comunistas e, com essa justificativa, fez um decreto de emergência e reprimir os comunistas.
O testemunho que foi entregue a imprensa foi feito em 1955 e apenas descoberto recentemente em um tribunal na cidade de Hanover. Esse documento muda a versão contada pelas autoridades nazistas que culparam um comunista holandês pelo incêndio.
O depoimento é de Hans-Martin Lennings, que integrou a força paramilitar nazista Sturmabteilung. No testemunho, o alemão declarou que levou o holandês Marinus Van der Lubbe até o Reichstag na noite do incêndio.
Segundo o relato, Lennings e sua equipe chegaram ao Parlamento com Van der Lubbe, quando eles então notaram um “estranho cheiro de queimado, e havia nuvens de fumaça pelos cômodos”, o que indica que o fogo já tinha começado quando eles chegaram ao prédio.
Van der Lubbe foi culpado pelo incêndio e, após admitir ter cometido o crime, executado. Lennings disse no depoimento que ele e os outros paramilitares chegaram até a protestar contra a prisão de Van der Lubbe, mas não teve efeito.
Com esse depoimento, é levantada a questão: se não foi Van der Lubbe que começou o incêndio, quem foi? Alguns historiadores, conforme conta a DW, acreditam que o fogo foi feito exatamente pelos nazistas para justificar a repressão contra os comunistas.