Fonoaudióloga da Globo prepara voz de Moro para a política; saiba quem é

Durante o discurso de filiação no Podemos o ex-juiz afirmou que não sabe discursar e que as pessoas reclamam de sua dicção

Moro não cita LGBT, mulheres e negros em seu discurso de filiação ao Podemos/ Foto: reprodução redes sociais
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Nesta quarta-feira (10) o ex-juiz Sergio Moro, que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter atuado de forma parcial no caso do ex-presidente Lula, declarou durante o seu discurso que não sabe discursar e que as pessoas reclamam de sua voz.

"Não tenho uma carreira política e não sou treinado em discursos. Alguns até dizem que não sou eloquente e não gostam da minha voz […] eu não sou a melhor pessoa para discursar", disse Moro durante o seu discurso de filiação no Podemos.

Tendo consciência que não possui traquejo oral e que possui uma voz, digamos, um tanto afônica, o ex-juiz contratou a fonoaudióloga Leny Kyrillos, que é colunista da CBN e também a responsável pela preparação dos repórteres e apresentadores do jornalismo da Globo para homogeneizar os sotaques ao padrão sudestino.

Como se vê, além do apoio editorial das organizações Globo, Sergio Moro agora vai contar com ajuda profissional da fonoaudióloga oficial da empresa.

https://twitter.com/Bob_Fernandes/status/1458791345825497094

Moro ignora mulheres, negros e LGBT em discurso

O discurso de filiação do ex-juiz Sergio Moro no Podemos deve ser observado por algumas lacunas gritantes, entre elas, o fato de que Moro, que se vendeu como alguém que vai defender a Justiça para todos os cidadãos, não falou sobre os direitos e as violências contra as mulheres, LGBT e pessoas negras no Brasil.

Pelo contrário, ao longo de seu discurso defendeu a chamada “guerra às drogas”, que no Brasil mata, diariamente, jovens negros. Se gabou de ter “combatido o tráfico de drogas”, mas foi incapaz de falar da violência contra as mulheres no Brasil.

Afirmou que se coloca à disposição dos brasileiros para construir uma país mais justo, mas, pelo visto, nesse país que ele sonha não existem LGBT, visto que foram ocultados do seu sonho de Brasil, sendo que este é o país que mais mata lésbicas, gays, bissexuais, trasvestis e transexuais no mundo, segundo a ILGA e o GGB.

Além disso, em momento algum, Moro, que se vende como o arauto da Justiça, não falou especificamente os casos de feminicídios no Brasil, que tem um dos piores índices do mundo.