França não descarta apoiar Haddad em SP caso pesquisas mostrem vantagem do petista

Em entrevista, Márcio França disse ainda que a chapa Lula-Alckmin está praticamente selada e que é "impossível" o ex-tucano trair o ex-presidente

Fernando Haddad e Márcio França (Foto: Arquivo Pessoal)Créditos: Divulgação
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Márcio França (PSB), pré-candidato a governador de São Paulo, admitiu que pode abrir mão de concorrer caso pesquisas futuras indiquem mais vantagem de Fernando Haddad (PT), que também é postulante ao Palácio dos Bandeirantes.

PT e PSB vêm costurando acordos para candidaturas únicas e chapas conjuntas nos estados. Na última semana, por exemplo, o PT retirou a candidatura de Humberto Costa para apoiar o candidato indicado pelo PSB, Danilo Cabral, ao governo de Pernambuco. São Paulo, no entanto, ainda representa um nó não desatado pelas legendas, já que Haddad e França mantêm suas pré-candidaturas, com expectativas de conversas sobre o tema nas próximas semanas.

"Vai fazer a pesquisa em julho ou maio, quem estiver na frente é o candidato a governador, e o outro vai compor a chapa do jeito que der", disse França em entrevista à jornalista Andreia Sadi, que vai ao ar na noite desta segunda-feira (7) na GloboNews.

Nas últimas pesquisas de intenção de voto para o governo paulista, Geraldo Alckmin (sem partido) aparece na liderança, mas o ex-governador não deve concorrer, pois é cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa liderada por Lula (PT). Haddad e França, por sua vez, aparecem em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

Chapa Lula-Alckmin

Na mesma entrevista, França disse ainda que o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) deve se filiar ao PSB e que o acordo para que seja candidato a vice-presidente na chapa liderada por Lula (PT) está praticamente selado.

“Eu diria que esse 99% seu já está em 99,9%. Mas 0,1% sempre pode acontecer alguma coisa. Essas coisas que você ouve falar... de repente um partido, esse outro partido exige a vice, pode compor. (...) A questão partidária, tenho a impressão de que ele virá para o PSB. O Alckmin não é um homem de movimentos bruscos: já foi para ele um movimento muito brusco, muito difícil, fazer um movimento desses. Foi realmente porque ele percebeu que, se não houver um movimento com Lula, o Bolsonaro será o presidente: ou alguém tem dúvida disso?", declarou.

França afirmou também que é "impossível" Alckmin trair Lula e o petista sofrer um impeachment. A possibilidade vem sendo aventada por alguns petistas críticos à aliança, que têm comparado o ex-tucano a Michel Temer (MDB).

"Lula não é a Dilma. Comparar Lula com Dilma é uma covardia… a Dilma tem outras qualidades, mas ela não tem a habilidade que tem o Lula. O sujeito pensar em um impeachment do Lula é só pra quem não conhece política. No dia seguinte que o Lula estiver eleito, ele tem ampla maioria em qualquer Congresso", atestou.