Frente Ampla chilena processa Piñera por violações aos direitos humanos

Outros denunciados são o ex-ministro do Interior, Andrés Chadwick, o atual ministro do Interior, Gonzalo Blumel, o intendente de Santiago, Felipe Guevara e o diretor-geral dos Carabineros (polícia militarizada) Mario Rozas

Foto: Victor Farinelli
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Nesta terça-feira (14), a Frente Ampla chilena entrou na Justiça com uma ação penal contra o presidente Sebastián Piñera e as principais autoridades do país em termos de Segurança Pública, por delitos de lesa humanidade. Após protocolar a ação, a jornalista Beatriz Sánchez, líder da Frente Ampla e ex-candidata presidencial, declarou à imprensa local que o processo inclui provas reunidas desde o dia 18 de outubro até o último dia de 2019. “Esta denúncia seguiu pelo caminho institucional primeiro no Congresso, mas lá declararam que os crimes não têm responsáveis. Mas nós não desistimos, e queremos que a Justiça determine as responsabilidades políticas e penais, e o faremos tanto nas instâncias nacionais quanto internacionais”, explicou a jornalista. O comentário alude ao fato de que a bancada governista conseguiu enterrar uma tentativa de impeachment de Piñera por responsabilidade pelas violações aos direitos humanos cometidas durante as manifestações no país, que incluem mortes, abusos sexuais, torturas e lesões oculares graves. Também dá a entender que a mesma denúncia será levada a tribunais internacionais. Além de Piñera, as outras figuras denunciadas na Justiça são: o ex-ministro do Interior, Andrés Chadwick, e o atual ministro do Interior, Gonzalo Blumel, ambos responsáveis pelas políticas de Segurança Pública; além do intendente de Santiago, Felipe Guevara, responsável por negar a autorização para as manifestações no centro da capital, e do diretor-geral dos Carabineros (polícia militarizada) Mario Rozas. Além de Sánchez, quem também comentou a iniciativa foi a deputada Catalina Pérez, presidenta do partido Revolução Democrática, o maior da Frente Ampla. Segundo ela, “os tribunais de Justiça terão agora o dever histórico de determinar quem são os responsáveis políticos por essas violações, e não abrir um precedente para a impunidade é a forma com a que garantimos que essas situações nunca mais aconteçam”.