A Funai disse que nada tem a acrescentar em consulta realizada pelo Ministério da Justiça sobre um decreto que está sendo preparado pelo governo Jair Bolsonaro que prevê a abertura de uma faixa de 16 mil quilômetros de extensão e 150 quilômetros de largura - passando por 11 estados - para exploração de minérios por empresas estrangeiras. A área abrange 177 territórios indígenas.
Segundo informações de Lauro Jardim, no jornal O Globo nesta quarta-feira (28), o Planalto tem pronta a minuta do decreto, que flexibiliza as regras para a mineração na faixa da fronteira, um antigo desejo de Bolsonaro. A área representa 16% do território brasileiro.
Atualmente, para explorar minérios no Brasil a empresa precisa ter pelo menos 51% de capital nacional, dois terços de mão de obra e a maioria de cidadãos brasileiros na administração. O decreto de Bolsonaro prevê a revogação das regras para liberar a exploração por grupos estrangeiros, de preferência dos Estados Unidos.
O próprio Bolsonaro externou o desejo ao compartilhar um trecho do documentário alemão “O Fórum” em que aparece com Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, dizendo que quer explorar a Amazônia com aquele país. Gore é defensor de causas ambientais, pelas quais chegou a receber um Prêmio Nobel da Paz.
Ao lado do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o presidente afirma: “A Amazônia não pode ser esquecida. Temos muitas riquezas. E gostaria muito de explorá-la junto com os Estados Unidos”.