Funcionários rejeitam proposta da Fundação Padre Anchieta e mantém greve

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Cerca de 400 funcionários da TV Cultura estão em passeata rumo à sede da emissora para protestar pelo cumprimento do acordo entre o sindicato dos radialistas e o sindicato patronal da categoria. O acordo foi feito em maio deste ano, na negociação da data-base, e vale para todas as emissoras do estado de São Paulo.

Foi acordado entre os sindicatos um reajuste de 5,83% e abono salarial de 35%. A Fundação Padre Anchieta afirma que o governo estadual não liberou o aumento salarial dos radialistas.

O governo, por sua vez, diz que não há recursos para o cumprimento de todos os termos do acordo e alega que, caso pague o acordo, estará infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. 

A fundação chegou a propor ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Radiodifusão e Televisão do Estado de São Paulo um aumento de 6,05% que seria aplicado ao salário, ao vale-refeição e ao auxílio-creche. Os radialistas, reunidos em assembleia nesta tarde, decidiram por recusar a proposta.

“Nossa reivindicação é pelo cumprimento de um acordo. Eles (Fundação Padre Ancheita) estão envolvidos neste acordo e agora têm que cumprir. Não estamos pedindo nada que não foi acordado”, afirma Marco Ribeiro.

Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta, afirmou que só o pagamento da proposta feita aos funcionários já representa R$ 19 milhões nas contas da fundação. A assessoria de imprensa da Fundação Padre Ancheita não confirmou a intenção de demitir os servidores que paralisaram as atividades.

Depois da assembleia, os funcionários iniciaram passeata em direção à Marginal Tietê. A greve, que dura quatro dias, está interferindo na programação da emissora. Apesar de nem todos os radialistas terem aderido à greve, programas como o Metrópolis saíram do ar e o Jornal da Cultura, que antes durava 40 minutos, tem agora 20 minutos. O conteúdo dos programas tem sido fornecido por agências e a emissora também tem recorrido a reprises.

Neste ano, outras greves de servidores públicos pressionaram o governo paulista. Nas greves dos funcionários da Sabesp e da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), o governo também alegou necessidade de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas acabou cedendo.

Interdito proibitório
A entrada de funcionários que não haviam aderido à greve tem sido impedida por piquetes realizados pelos grevistas. Ontem à noite foi expedida uma liminar concedida pela juíza Andreza Turri Carolino Cerqueira Leite proibindo a ação.

No entanto, a medida, chamada de interdito proibitório, não teve efeitos práticos, já que os grevistas afirmaram que só desobstruiriam a entrada do prédio caso um oficial de Justiça entregasse pessoalmente o documento.

Em caso de descumrpimento da liminar, o sindicato é obrigado pela justiça a pagar R$ 10 mil.