GCM x Haddad: Prefeitura condena ação que matou criança, sindicato da categoria defende

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Na noite do último sábado (25), um menino de 11 anos foi atingido por um tiro na nuca disparado por um oficial da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM). A Prefeitura diz que os agentes "desrespeitaram o protocolo", já o sindicato da categoria defendeu atuação e disse que a postura da gestão do petista é "inaceitável" Por Redação Na noite do último sábado (25) três oficiais da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM) faziam uma ronda na Cidade Tiradentes, zona leste da cidade, quando foram abordados por motoqueiros que alegaram terem sido assaltados por homens que estavam a bordo de um Chevrolet Chevette prata. A Guarda avistou um carro similar ao descrito pelos motoqueiros e após uma perseguição os guardas civis dispararam contra o veículo. Um dos tiros acertou a nuca do garoto Waldik Gabriel Silva Chagas, de apenas 11 anos, que estava no banco de trás do carro. Depois da perseguição, por volta das 22h30, os suspeitos abandonaram o carro, fugiram a pé e deixaram o menino ferido dentro do veículo. Wadik foi encaminhado ao hospital Tiradentes, mas já chegou ao local morto. Os guardas alegaram que os garotos que estavam no veículo dispararam contra a viatura. No entanto, a perícia diz que não foram encontradas marcas de tiro dentro do Chevette e que todos os vidros estavam fechados na hora da perseguição. A equipe de perícia disse também que o tiro que atingiu o menino partiu de fora para dentro. O guarda civil que efetuou os disparos foi preso por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Após pagar uma fiança de R$ 5 mil o agente conseguiu responder o processo em liberdade. Os outros dois guardas foram afastados das ruas até que a investigação da Policia Civil e da Corregedoria da GCM seja concluída. A Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Segurança Urbana disseram que os guardas civis "desrespeitaram o protocolo da GCM e da gestão municipal". Em nota, a secretaria diz que os guardas civis não são autorizados a realizar perseguições e só é autorizado a utilizar armas de fogo em "situações extremas que ofereçam risco a vida da população ou do próprio guarda". “Não se justificava a perseguição e muito menos os disparos”, disse Haddad. A alegação foi contestada pelo Sindiguarda, sindicato da categoria, que considerou "inaceitável" a postura de Haddad e disse que "na verdade errou o prefeito em dar tão infeliz declaração" "Não obstante, a tradição de polícia preventiva e comunitária da guarda civil metropolitana, a própria legislação dá total suporte jurídico para a atuação em defesa dos cidadãos nas ocasiões em que a corporação seja requisitada, independente de estar em próprio municipal ou em qualquer via pública", continua o texto. Essa não é a primeira vez que há um embate entre a força de segurança municipal e a gestão do prefeito Fernando Haddad. Em 2013, um guarda civil sem farda agrediu um skatista e atacou a população com spray de pimenta na praça Roosevelt, no centro de São Paulo. O prefeito afastou imediatamente os guardas envolvidos das ruas e passou a permitir o uso de skates na praça. Neste ano, a Guarda Civil Metropolitana foi alvo de críticas nos meios de comunicação por estar retirando cobertores e pertences das pessoas em situação de rua da cidade de São Paulo. Porém, dessa vez, a ação da prefeitura não foi tão rápida e Haddad chegou a dizer que a retirada de pertences era para "evitar uma um processo de refavelização" de praças públicas da cidade. Somente depois de muita repercussão e muita crítica que o prefeito de São Paulo decidiu baixar um decreto que proibia a remoção de cobertores, barracas e objetos pessoais dos moradores de rua. Foto: Divulgação/Prefeitura de São Paulo