Genocídio dos negros e racismo de Kamel

Foi divulgado nesta quinta-feira (7) o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial. Os dados são revoltantes e devem ter desagradado o “sociólogo” Ali Kamel, diretor de jornalismo da Rede Globo – que obrou em 2006 o memorável livro “Não somos racistas”.

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Foi divulgado nesta quinta-feira (7) o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial. Os dados são revoltantes e devem ter desagradado o “sociólogo” Ali Kamel, diretor de jornalismo da Rede Globo – que obrou em 2006 o memorável livro “Não somos racistas”  Por Altamiro Borges, em seu blog Foi divulgado nesta quinta-feira (7) o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial. Os dados são revoltantes e devem ter desagradado o “sociólogo” Ali Kamel, diretor de jornalismo da Rede Globo – que obrou em 2006 o memorável livro “Não somos racistas” (Editora Nova Fronteira). Segundo o estudo, que remete novamente à citada obra ao lixo, o jovem negro corre 2,5 vezes maior risco de ser morto no Brasil do que os jovens brancos entre 12 e 19 anos. Em alguns estados, a situação é ainda mais dramática. Na Paraíba, por exemplo, um jovem negro corre risco 13 vezes mais de ser vítima de homicídio do que um jovem branco. Em Pernambuco, o risco é 11,5 maior. O relatório confirma que os jovens negros são os mais afetados e mais vulneráveis à violência.

O índice que serviu de base para o relatório (IVJ – Violência e Desigualdade Social), lançado pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, leva em conta vários indicadores, como mortalidade por homicídios, grau de pobreza nos municípios, situação de emprego e frequência à escola. A escala vai de 0 a 1. Quanto maior o valor, maior a desigualdade. O estudo revela que Alagoas é o Estado com maior IVJ - 0,608. Outros três estados (Ceará, Paraíba e Pernambuco) foram classificados como de vulnerabilidade muito elevada. Foram considerados de baixa vulnerabilidade São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Distrito Federal – o que não significa que o racismo não se manifeste com força também nestes estados.

Para Valter Roberto Silvério, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFSCar, esses dados confirmam a existência de genocídio dos jovens negros e pardos no país. “É um termo forte para a academia e para a imprensa, mas, se pegarmos esses indicadores espantosos, eu pergunto: que termos usar quando morrem milhares de jovens negros ao longo de anos?". Para ele, os índices evidenciam que o racismo é forte no país, apesar das teses acadêmicas que tentam negá-lo. “Há uma ideologia da mestiçagem que nega o recorte de cor”. Será que Ali Kamel vai retificar a sua magistral obra?