Gilmar Mendes critica prisão de Guido Mantega: "O pedido foi confuso"

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Segundo o ministro do STF, não havia sinal de que Guido Mantega estaria interferindo nas investigações ou planejando fugir do Brasil Por Victor Labaki O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, criticou nesta sexta-feira (23) o pedido de prisão temporária do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, solicitado pelo juiz Sérgio Moto. Para Mendes, a prisão temporária foi "confusa". "Se não houver justificativa, como ameaça de fuga, sumiço de provas, obstrução da Justiça, não se justifica a prisão preventiva. O pedido de ontem foi confuso. Caso se queira fazer a prisão apenas para ouvir a pessoa, então é um exagero. Nós não temos esse tipo de prisão no Brasil", afirmou o ministro antes de participar de um debate em São Paulo sobre a política de drogas no Brasil. Ele ainda completou dizendo que "não havia sinal" de que Mantega estava planejando interferir mas investigações ou fugir do país. "Você pode intimar a pessoa a comparecer, não havia sinal de que ele (Mantega) estava planejando fugir, se negando a comparecer", disse. Mendes disse que achou estranho ainda o motivo que levou Sérgio Moro a revogar o pedido de prisão cinco horas depois sob a justificativa de que não sabia que a esposa do ex-ministro estava sendo submetida a uma cirurgia. "Todo hora temos no País pais sendo presos, que deixam filhos, mulheres em casa. Isso não é justificativa para soltar ninguém", completou. Entenda o caso Na última quinta-feira (22), o ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, Guido Mantega, foi preso na 34ª fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Mantega estava no hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, acompanhando a esposa em cirurgia quando foi preso. Depois de cinco horas de decretada, o juiz federal Sérgio Moro mandou revogar a prisão do ex-ministro sob a justificativa de que não sabia que ele estava acompanhando a esposa em um procedimento cirúrgico.