Glenn anuncia Vaza Jato "perto do fim"

Editor do The Intercept Brasil se tornou alvo de uma denúncia do Ministério Público, que o acusa de colaboração com os hackers que vazaram mensagens do celular de autoridades

Glenn Greenwald - Foto: Reprodução/TVT
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O jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, anunciou em entrevista ao site MyNews divulgada nesta segunda-feira (27) que a série de reportagens Vaza Jato está "perto do fim". “Eu sempre disse que a Vaza Jato estava mais perto do começo do que do fim. Mas agora posso dizer que ela está mais perto do fim do que do começo”, afirmou. A série, que teve início em julho de 2019 e contou com a colaboração de outros veículos de imprensa, tanto nacionais quanto internacionais, revelou atos anti-éticos e até mesmo ilegais por parte do ex-juiz Sérgio Moro e de procuradores do Ministério Público na condução da operação Lava Jato. Diálogos vazados por supostos hackers a Glenn Greenwald serviram de base para as matérias. Ao todo, foram publicadas 95 reportagens. A mais recente delas foi publicada no dia 20 de janeiro e aponta que a Lava Jato usou site O Antagonista para interferir na escolha do presidente do Banco do Brasil. Perseguição  O anúncio sobre o fim da Vaza Jato vem em meio à denúncia que Glenn Greenwald foi alvo, na semana passada, por parte do procurador Wellington Oliveira, do Ministério Público Federal (MPF). Ele acusa o jornalista de ter colaborado com os supostos hackers que invadiram o celular de autoridades e vazaram as mensagens que serviram de base para a série de reportagens. “Isso é obviamente uma retaliação pelo governo Bolsonaro. Nós nunca seremos intimidados por alguém abusando do aparato do Estado. Nós vamos continuar a fazer nosso jornalismo e nosso trabalho para uma próxima reportagem”, afirmou Glenn no dia da denúncia, ressaltando que o procurador Wellington Oliveira, que fez a denúncia, é o mesmo que denunciou, no dia 19 de dezembro, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, sob a acusação de ter caluniado o ministro da Justiça, Sérgio Moro.