Governo Bolsonaro quer incluir cloroquina e outros remédios sem eficácia no Farmácia Popular

Hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina também fazem parte do estudo do Ministério da Saúde, mesmo sem comprovação científica de que tratam a Covid-19; programa ofereceria desconto a infectados com coronavírus

Bolsonaro com medicamentos à base de cloroquina - Foto: Reprodução
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  • O Ministério da Saúde do governo Jair Bolsonaro discute incluir entre os medicamentos do programa Farmácia Popular remédios sem eficácia comprovada para combater a covid-19. O programa oferece remédios gratuitamente ou com desconto de até 90%.
  • Segundo documentos obtidos pelo Estadão, desde o começo de julho a pasta faz estudos sobre a “viabilidade econômica” de distribuir sulfato de hidroxicloroquina 400 mg, ivermectina 6 mg e azitromicina 500 mg para pessoas infectadas com coronavírus.
  • Nenhum deles teve a eficácia para tratar covid-19 comprovada por testes clínicos relevantes e estudos apontam efeitos colaterais fatais, mas o presidente é um obsessivo defensor do medicamento.

Se a inclusão for confirmada, esses medicamentos passam a ser subsidiados pelo programa, que tem orçamento de R$ 2,5 bilhões para este ano. O dinheiro é usado para reembolsar as farmácias credenciadas, presentes em 80% das cidades do pais.

O programa oferece atualmente 20 remédios gratuitos, como os de diabete e hipertensão. Os descontos também se aplicam a contraceptivos e fraldas geriátricas.