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Durante muitas décadas, abusos, que atingem 40% das mulheres, foram marginalizados pelas autoridades chinesas
Por Opera Mundi
Em iniciativa inédita, o governo da China propôs nesta semana um projeto de lei contra a violência doméstica. Por muito tempo, o assunto era um tabu, classificado como tema privado na cultura chinesa, ressalta a agência de notícias oficial Xinhua.
Nos últimos anos, contudo, os chineses começaram a debater mais sobre a questão, após escândalos como o caso de Kim Lee, esposa norte-americana de um empresário chinês que alegou publicamente que o marido a abusava.
Em meio ao aumento de casos, a legislação vai abranger todas as formas de violência doméstica, incluindo maus-tratos às mulheres, abuso infantil e de idosos.
A Federação Nacional das Mulheres da China emitiu uma declaração de apoio ao texto. "A violência doméstica não é uma disputa familiar, ao contrário, é uma agressão contra os direitos das pessoas e deve ser resolvida com medidas legais", disse em nota.
De acordo com dados da federação, quase 40% das mulheres chinesas que são casados ou estão em um relacionamento sofreram violência física ou sexual, reportou o jornal China Daily.
Segundo Julia Broussard, gerente do programa da ONU Mulheres na China, a agência das Nações Unidas ficou “emocionada” após mais de uma década de esforços de ativistas contra abusos. No entanto, ela ressalta que tal prática se estende também a relações não familiares.
Foto de capa: Marcos Santos/Agência USP