Governo vai indenizar ex-metalúrgicos demitidos durante greve da GM

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O Ministério da Justiça concedeu anistia a 65 ex-metalúrgicos da GM de São José dos Campos e São Caetano que participaram da maior greve da história da montadora, em 1985. Eles vão receber indenizações que variam entre R$ 100 mil e R$ 400 mil.

A medida vai beneficiar 64 ex-metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos e 1 da unidade de São Caetano. Eles foram demitidos em 1985 por justa causa depois de uma grande greve.

“Existia uma repressão forte contra os trabalhadores. A greve reivindicava liberdade de organização dos trabalhadores, além da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais”, explica o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Luiz Carlos Prates.

A greve, que teve fins políticos, aconteceu durante o período de transição do regime militar. Foram 16 dias de manifestação e, depois de 90 demissões nas unidades de São José dos Campos e São Caetano, quatro mil trabalhadores decidiram ocupar as dependências da GM. Cerca de 700 policiais militares se prepararam para desocupar a fábrica. Após 10 horas de negociação, os empregados deixaram a empresa. O movimento grevista foi considerado ilegal pelo Governo e centenas de funcionários foram demitidos. Desses, 33 responderam a processo criminal e acabaram condenados.

A Justiça deu parecer favorável ao processo de anistia dos trabalhadores por entender que eles foram vítimas de perseguição política. Com a sentença, o Governo será obrigado a indenizar e pagar pensão vitalícia aos ex-funcionários.

“O valor varia de acordo com a função que cada operário exercia na época”, explica Luiz Carlos.


O Ministério da Justiça também deu anistia a 108 ex-metalúrgicos da Embraer, demitidos após a greve de 1984.

(Com informações de agências)