A aglomeração que resultou no fechamento pela polícia da loja Havan inaugurada em Belém, no Pará, neste sábado (10) pode ter sido resultado da propagação de fake news em grupos bolsonaristas no WhatsApp.
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O pesquisador David Nemer, especialista em antropologia da Tecnologia na Universidade da Virginia, publicou em suas redes sociais que notou uma movimentação em grupos bolsonaristas sobre a loja inaugurada na capital paraense. Entre os grupos, estão "Michelle Bolsonaro", "Geração Bolsonaro", "Alianção pelo Brasil SE", "Bolsonaro Presidente" e "Direita São Paulo", que divulgaram mensagens da inauguração da loja.
"A Havan conhece muito bem o poder de mobilização do WhatsApp- em 2018 seu dono foi suspeito de financiar um esquema de disparo em massa. Recentemente, percebi uma movimentação no WhatsApp bolsonarista sobre a inauguração da loja em Belém. Será q a mesma tática não foi usada aqui?", indaga o pesquisador.
Pelo Twitter, a escritora Daniela Abade compartilhou informação de que circulava nos grupos que a loja estaria com 90% de desconto em tudo.
A fake news pode ter sido criada a partir da informação de que a loja estaria lançando uma campanha de renegociação de dívidas até o próximo dia 31 de outubro, concedendo descontos de até 90% para clientes quitarem os débitos que se acumularam em razão da pandemia e, dessa forma, liberarem os nomes para as compras de Natal.
Tumulto
No Instagram, única rede social em que Luciano Hang, o veio da Havan, usa após bloqueio das contas pela Justiça, o empresário bolsonarista divulgou imagens incitando os clientes antes da abertura da loja em Belém.
As imagens mostram Hang sem máscara interagindo com funcionários e batendo no vidro do lado de dentro da loja, enquanto centenas de pessoas aguardavam a abertura pelo lado de fora.
Na rede, o veio da Havan ainda divulgou imagens da aglomeração e, em todas as fotos, aparece sem máscara, contrariando o decreto municipal que obriga o uso da proteção dentro dos comércios.