Guedes diz que propôs auxílio de R$ 200 por ser o valor pago ao “pobre nordestino”

Ministro da Economia afirmou que, se houver segunda onda de Covid-19, um novo benefício emergencial está condicionado às reformas

O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala à Comissão Mista de Orçamento do Congresso (Foto Reprodução/YouTube)
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta quinta-feira (29), que propôs um auxílio emergencial de R$ 200 por ser esse o valor pago ao “pobre nordestino”. Para ele, seria um “ultraje a quem já recebia assistência social” propor valor maior do que o pago a essa população.

As declarações foram dadas durante audiência pública da Comissão Mista de Orçamento do Congresso que debateu as medidas relacionadas à pandemia do novo coronavírus.

“Prudentemente eu lancei R$ 200 no auxílio emergencial. Eu não podia fazer um ultraje a quem já recebia assistência social”, afirmou. “Como é que alguém do Nordeste ia aceitar se, a partir de amanhã, só porque alguém vive no Sul e ganhava R$ 800 – não confirmados, porque é um mercado informal, ela pode autodeclarar que ganhava esse valor – por que ela [o trabalhador do Sul] vai receber R$ 800 [de assistência do governo] agora se um irmão pobre nordestino ganha R$ 200? Então eu tinha que botar R$ 200 [para todo mundo]”, disse Guedes.

A fala foi dada em resposta a uma pergunta do deputado federal Francisco Jr. (PSD-GO), que questionou o que seria feito se houver uma segunda onda do coronavírus no Brasil. Guedes disse que a decisão do valor inicial também foi “pensando, e se essa crise durar dois anos? A gente aguenta, a gente tem fôlego. Com R$ 200, R$ 250, R$ 300, nós conseguimos estender essa cobertura por mais tempo”, afirmou Guedes. E prosseguiu: “Então dado o grau de incerteza que havia naquele momento, eu [defendi], por uma questão condicionante ética, que é não pagar mais a alguém que está em necessidade se você paga a outro esses R$ 200, então coloca igual”.

O auxílio emergencial foi aprovado pelo Congresso, após pressão de deputados da oposição, no valor de R$ 600 parcela. Ele foi estendido até o final do ano, mas com prestações de R$ 300.

Sobre a capacidade de pagar um auxílio em uma eventual segunda onda, Guedes disse que ela dependeria da aprovação das reformas do governo Bolsonaro. No entanto, o ministro afirmou que o governo não trabalha com hipótese de segunda onda da pandemia.

“Nós só estaremos livres desse pesadelo quando a vacina surgir”, disse.

Veja a audiência completa.

https://www.youtube.com/watch?v=0lj5yGsLSR0