Guedes pediu para jornalistas não publicarem informação sobre AI-5, recebeu negativa e ironizou a fala

Irritado com a repercussão, o ministro assumiu uma postura irônica na relação com os jornalistas até mesmo quando foi indagado se Jair Bolsonaro apresentou o projeto de lei incluindo o excludente de ilicitude em operações para Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por medo do ex-presidente Lula

Paulo Guedes (Reprodução/Youtube)
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Na entrevista em Washington a jornalistas brasileiros e estrangeiros, ocorrida na noite desta segunda-feira (25), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, quando se pronunciou pela primeira vez sobre um novo AI-5 que estava falando em "off" - quando entrevistados pedem aos jornalistas para omitirem seu nome ou não publicarem a informação. Blog do Rovai: 2020 vai ser pior: Guedes, o AI-5 e o projeto neoliberal como sócio do fascismo Com a cobertura feita em tempo real, os jornalistas afirmaram que a entrevista era em "on", ou seja, que tudo dito ali seria publicado. Mais tarde, quando perguntado sobre a possibilidade de implementação de um novo AI-5, Guedes foi irônico. "“É inconcebível, a democracia brasileira jamais admitiria, mesmo que a esquerda pegue as armas, invada tudo, quebre e derrube à força o Palácio do Planalto, jamais apoiaria o AI-5, isso é inconcebível. Não aceitaria jamais isso. Está satisfeita?", respondeu, gesticulando os braços e mostrando irritação com a pergunta. Questionado se estava ironizando os jornalistas, o ministro lançou nova ironia. “Isso é uma ironia ministro, o senhor está nos ironizando? De forma alguma”. Medo do Lula Guedes continuou a ironia ao ser indagado se Jair Bolsonaro apresentou o projeto de lei incluindo o excludente de ilicitude em operações para Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por medo do ex-presidente Lula. "Vem cá, o senhor está com medo do Lula? Aparentemente digo que não, ele só pediu o excludente de ilicitude. Não está com medo nenhum, coloca um excludente de ilicitude. Vamos embora”, ironizou Guedes, respondendo como se estivesse perguntando a Bolsonaro. O ministro, que considerava o Chile como a "Suíça da América Latina", admitiu na entrevista que Bolsonaro impôs freio ao seu projeto neoliberal após os protestos contra as políticas econômicas de governos simpáticos, como o de Sebastián Piñera no Chile, na região. Guedes afirmou que o “instinto político” do presidente apontou que o mais prudente seria não fazer muitas reformas seguidas e repensar o “timing” proposto inicialmente, ressaltando que ele tem uma visão "um pouco diferente". Com informações do Valor Econômico