Guedes recebe sinal verde de Bolsonaro para acelerar reforma neoliberal após medo de atos iguais do Chile ter dissipado

Após passar 10 dias de férias nos Estados Unidos, Paulo Guedes foi louvado em edição do Estadão e disse ao jornal que recebeu o aval para enviar as propostas de reformas administrativas e tributária ao Congresso antes da abertura da casa

O ministro da Economia, Paulo Guedes (Divulgação)
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Em uma edição louvando Paulo Guedes e as propostas de uma ampla reforma neoliberal no Brasil nesta terça-feira (14), o jornal O Estado de S.Paulo afirma que o ministro da Economia teria recebido aval de Jair Bolsonaro para acelerar a reforma neoliberal após o medo de uma contaminação no país dos protestos contra o governo Sebastián Piñera, no Chile, ter se dissipado. "Nos bastidores, comenta-se ainda que a alegada preocupação de Bolsonaro com a possibilidade de a reforma administrativa turbinar protestos parecidos aos vistos no Chile teria se dissipado", diz a reportagem do Estadão, que conversou com Guedes no domingo (12) à noite, quando o ministro se prepagava para voltar ao Brasil depois de um período de 10 dias de férias nos Estados Unidos. “O presidente continua comprometido com as reformas. Uma coisa é o timing político, outra é o conteúdo das reformas”, disse Guedes, que pretende enviar as reformas administrativa e tributária ao Congresso entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, antes mesmo da volta dos trabalhos do legislativo. A reforma administrativa deve reduzir o número de funções na estrutura pública dos atuais 180 para 30 e criar um sistema de avaliação por mérito, ampliando a diferença entre o salário no início e no final da carreira, que hoje, em muitos casos, é de 30%. Já a reforma tributária deve ser encaminhada em três etapas. A primeira deve criar o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), reunindo os principais tributos federais, provavelmente já em fevereiro também. Em seguida, deverão seguir as mudanças para o Imposto de Renda. Logo depois a redução dos encargos trabalhistas e o fim das desonerações para as pessoas jurídicas. Guedes ainda vai defender diante do governo a criação de uma nova CPMF e o fim do subsídio à energia solar, que foi alvo de declarações de Bolsonaro no início deste ano. Privatizações O ministro afirmou ainda que a expectativa é que esse ano as vendas das empresas estatais "decolem". Segundo Guedes, neste ano o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que não conseguiu se desfazer de suas participações em empresas de mais de R$ 100 bilhões, agora vai cumprir a tarefa. “Não vou falar de que jeito vai ser. Só digo que vai acontecer”, afirmou Guedes ao jornal. “De novo eles vão mandar R$ 100 bilhões para o Tesouro, pode ficar tranquilo”. "A questão é saber se Bolsonaro vai enfrentar os ministros que querem manter seus “feudos” e apoiar para valer a privatização, como não aconteceu em 2019", diz o texto do Estadão.