Guerra comercial: China busca soja da Tanzânia para reduzir dependência de Brasil e EUA

País asiático é maior importador mundial do produto e vem sendo alvo de ataques de Trump e Bolsonaro

Soja para ser exportada no porto de Paranaguá (Foto: IvanBueno/ AG. Paraná)
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Maior importador mundial de soja, a China está abrindo seu mercado para a Tanzânia. O país busca reduzir a dependência de Brasil e Estados Unidos para o fornecimento da oleaginosa, em meio a ataques que vem sofrendo dos presidentes dos dois países.

A notícia foi publicada na edição digital do jornal chinês South China Morning Post.

De acordo com a informação, o acordo foi fechado na última segunda-feira. Além da Tanzânia, outro fornecedor africano de soja para a China é a Etiópia, mas em quantidades pequenas.

A soja é a principal fonte de proteína para ração animal e óleo comestível na China. Atualmente, quase três quartos das importações chinesas da oleaginosa provêm do Brasil. Outros 12% são comprados dos Estados Unidos.

A embaixada da Tanzânia em Pequim disse que a demanda da China por soja foi estimada em 103 milhões de toneladas por ano – 15 milhões das quais são produzidas no país e o restante importado.

Wu Peng, diretor de assuntos africanos do Ministério das Relações Exteriores da China, disse que o acordo estava em linha com a promessa de Pequim de apoiar as nações africanas, expandindo as importações – especialmente além dos recursos naturais – feita durante o Fórum de Cooperação China-África em 2018.

“Tanto a China quanto a África podem se beneficiar de laços comerciais mais fortes”, acrescentou Wu.