Homem acusa Lojas Renner de racismo; veja vídeo

O caso se deu em uma filial de Brasília, onde o fotógrafo, que é negro, afirma ter sido perseguido pelo segurança

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O fotógrafo Lucas Santiago usou as suas redes sociais para revelar que foi uma vítima de racismo na Lojas Renner que fica no shopping Pátio Brasil, em Brasília (DF). De acordo com Santiago, em todo o momento em que esteve na loja, foi perseguido.

“No dia 10 de junho, por volta das 18h19, eu entrei no Pátio Brasil, um shopping de classe média alta localizado na área central de Brasília […] estava com uma mochila grande com o equipamento, pois, eu sou fotógrafo e estava vindo de um trabalho. E então eu entrei nas Lojas Renner. Ao entrar na loja, eu percebi que o segurança que estava ao lado daquela menina que fica oferecendo cartão veio atrás de mim”, relata Santiago.

Na sequência, Lucas explica que estava na busca por perfume e óculos. “Eu passei na perfumaria e tinha muita gente sendo atendida e não tinha vendedor disponível. Então eu fui até os óculos e notei que, novamente o segurança estava me seguindo”, disse.

O fotógrafo conta que, para tirar qualquer dúvida de sua cabeça, resolveu sair do campo de visão do segurança. “Toda vez que eu saía do campo de visão dele, ele dava um jeito de ir para um lugar, mesmo que distante, para ver o que eu estava fazendo, daí eu me senti perseguido dentro da loja”, conta.

“A loja estava com dezenas de pessoas e eu dei uma volta pela loja e ele me acompanhou essa volta inteira. Eu percebi que não tinha nenhum outro segurança perseguindo qualquer outra pessoa que estava lá dentro”, conta Penteado.

Para o fotógrafo, “essas atitudes estão se tornando cada vez mais rotineiras, principalmente pelo governo negacionista, homofóbico e racista que nós temos atualmente”.

Por um momento o fotógrafo pensou em deixar os objetos na loja e ir embora. “A minha vontade, quando eu percebi que estava sendo perseguido, era deixar as coisas que tinha escolhido, abaixar a cabeça e ir embora. Mas esse é o problema: a gente cansou de abaixar a cabeça”.

Após conversar com a gerência da casa, Lucas conta que resolveu levar os objetos que tinha escolhido e, na hora de pagar, percebeu que havia uma pochete que não tinha comprado. Ao questionar a vendedora, esta respondeu que era um brinde pelo constrangimento que ele tinha passado.

A reportagem entrou em contato com a Lojas Renner, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno.

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