Hospitais militares recebem R$ 3,3 bilhões, mas barram atendimento a civis na pandemia

País tem mais de 6,3 mil pacientes com Covid-19 na fila por leitos de UTI

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Levantamento feito pela revista piauí aponta que, em 2020, o Ministério da Defesa recebeu R$ 3,3 bilhões para operar seu sistema hospitalar. A maior parte do dinheiro foi destinado para as unidades de saúde do Exército, e o restante se dividiu entre Marinha, Aeronáutica e o Hospital das Forças Armadas, em Brasília. Apesar de receberem dinheiro público, as unidades barram o atendimento a civis, mesmo com leitos sobrando.

Além do orçamento bilionário, o Ministério da Defesa recebeu um crédito extra de R$ 531 milhões para o combate à pandemia. Parte desses recursos também foi investida em hospitais militares, enquanto outra foi usada na compra de camionetes e manutenção de aviões.

Segundo a reportagem, o Hospital Militar de Área de Manaus, administrado pelo Exército, chegou a ter 15 leitos clínicos de Covid-19 vazios em janeiro, quando Manaus colapsou pela segunda vez. O mesmo acontecia no Hospital de Aeronáutica de Manaus, onde havia 7 vagas de enfermaria.

O Brasil registrou na semana passada 6.370 pessoas com Covid-19 à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass). A Advocacia Geral da União (AGU), no entanto, já se posicionou junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pelo direito dos hospitais militares não receberem civis.

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