Identificadas mais 150 pessoas assassinadas pela ditadura de Augusto Pinochet

Escrito en DIREITOS el

Mais 150 pessoas, além das contabilizadas oficialmente, teriam sido executadas pela ditadura chilena entre setembro e dezembro de 1973. A ONG ArchivosChile é a responsável pelo descobrimento.

Por Clarín do Chile 

Tradução de Idelber Avelar

Uma investigação realizada pela organização jornalística ArchivosChile revelou, nesta quarta-feira, os casos de 150 pessoas mortas nos primeiros três meses que se seguiram ao golpe militar de 1973 que poderiam se somar às mais de 3.000 vítimas da ditadura.

O informe, intitulado “Execuções no Chile, Setembro-Dezembro 1973: O circuito burocrático da morte”, desenredou o percurso dos corpos de pessoas que terminaram mortas depois do golpe militar e detectou erros na identificação dos cadáveres.

“Trata-se de pessoas que não foram qualificadas como vítimas pelas comissões oficiais, mas que, não obstante, têm características de morte que poderiam ser de execuções políticas”, apontaram os responsáveis pela investigação num comunicado.

Mediante arquivos do Serviço Médico Legal, o registro civil, o Cemitério Geral de Santiago e um juizado militar, conseguidos através da lei de transparência que obriga o Estado a facilitar esse tipo de documentos, os pesquisadores descobriram passagens pelo necrotério de pessoas que até o dia de hoje permanecem desaparecidas.

“A pesquisa revelou a existência de erros como irregularidades na cadeia de custódia dos corpos, a identificação errônea de cadáveres, corpos que desapareceram depois de estar no Serviço Médico Legal e o fato de que a fiscalização militar havia tomado a jurisdição de 90% dos casos de vítimas da repressão política”, afirmaram.

Durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), 3.225 pessoas foram mortas ou desaparecidas, enquanto que 37.055 foram vítimas de torturas e prisão política.

Texto publicado originalmente aqui. A ONG ArchivosChile publicou também um gráfico interativo das mortes por execuçãodurante o ano de 1973.