Igor Rousseff trabalhou na prefeitura de BH bem antes de Dilma ser presidente

Aécio foge de pergunta sobre nepotismo; em 1980, o tucano foi assessor do pai, que era deputado; sua irmã, Andrea, controlava as publicidades governamentais em Minas, sendo que a família Neves possui diversos veículos de comunicação no estado. Ele ainda é acusado de indicar quatro primos e um tio para ocupar cargos públicos

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Aécio foge de pergunta sobre nepotismo; em 1980, o tucano foi assessor do pai, que era deputado; sua irmã, Andrea, controlava as publicidades governamentais em Minas, sendo que a família Neves possui diversos veículos de comunicação no estado. Ele ainda é acusado de indicar quatro primos e um tio para ocupar cargos públicos

Por Redação

No debate entre os candidatos à presidência, realizado pelo SBT, UOL e Jovem Pan, na noite desta quinta-feira (16), Aécio Neves fugiu da questão sobre nepotismo, e citou o irmão de Dilma, Igor Rousseff. "O seu irmão foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel no dia 20 de setembro de 2003 e nunca apareceu para trabalhar. Essa é a grande verdade .... A diferença entre nós é que minha irmã trabalha muito e não recebe nada. Seu irmão recebe e não trabalha nada. Infelizmente, agora, nós sabemos porque a senhora diz que não nomeou parentes no seu governo. A senhora pediu que seus aliados o fizessem", atacou o tucano.

O ex-prefeito de Belo Horizonte e recém-eleito governador de Minas Gerais pelo PT, Fernando Pimentel, desmentiu o tucano. “Igor foi assessor especial do prefeito de BH na minha gestão. Eram seis cargos dessa natureza. Um deles ocupado pelo Igor. Que é advogado e trabalhou com regularidade e eficiência no gabinete do prefeito e na procuradoria do município”, disse.

Pimentel foi prefeito de Belo Horizonte de 2001 a 2008, bem antes de Dilma ser eleita presidenta, em 2010.

“Ele foi exonerado dentro de uma medida genérica de fim de governo. A maioria dessas pessoas foi recontratada. O Igor nunca pediu para voltar”, afirmou o atual prefeito, Márcio Lacerda, em matéria publicada pelo jornal O Globo,.

Aécio e nepotismo 

O candidato Aécio foi contratado para trabalhar na Câmara dos Deputados, que fica em Brasília, enquanto ainda morava no Rio de Janeiro, em 1980. Na época, ele tinha 19 anos. Ele disse que cuidava da agenda do deputado Aécio Ferreira da Cunha – seu pai – que exercia mandato no Partido Democrático Nacional (PDS), sigla sucessora da Arena, legenda criada pela ditadura militar.

Já a irmã de Aécio Neves ocupou o cargo de presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), entre 2003 e 2013. Andrea também foi coordenadora do Grupo Técnico de Comunicação Social da Secretaria de Governo de Minas Gerais, criado em 2003 para “coordenar, articular e acompanhar a alocação de recursos financeiros aplicados em publicidade na Administração Pública Direta e Indireta do Poder Executivo estadual”.

A família de Aécio é proprietária da Rádio Arco Íris, retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte, e as rádios São João e Colonial, de São João del Rei, além do semanário Gazeta de São João del Rei. Aécio é sócio da Arco Íris com a irmã, Andrea, e a mãe, Inês Maria Neves Faria.

A propriedade da Arco Íris veio à tona, quando, em abril de 2011, o senador teve a carteira de habilitação apreendida durante uma blitz da Lei Seca no Rio. Ele dirigia um Land Rover, comprado no ano anterior em nome da emissora.

Além de Andrea, Aécio empregou quatro primos e um tio durante seu governo em Minas: Fernando Quinto Rocha Tolentino (primo de Aécio), nomeado, em 2007, assessor do diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagem (DER/MG); Guilherme Horta (primo) era assessor especial de Aécio quando este era governador de Minas(2005); Tânia Guimarães Campos (prima de Aécio) foi nomeada, em 2008, para cargo comissionado no Poder Executivo de Minas Gerais como Conselheira; Frederico Pacheco de Medeiros (primo)  foi nomeado Secretário Adjunto de Governo em 2006, e atualmente ocupa o cargo de Diretor de Gestão Empresarial da Cemig; Tancredo Augusto Tolentino Neves (tio de Aécio) ocupou o cargo de Diretor do Banco de Desenvolvimento de Minas Geraisem 2008; Oswaldo Borges da Costa Filho (genro do padrasto do governador) era diretor presidente da Codemigem 2006.