Foram indicados hoje, 18, os nomes dos parlamentares para integrar CPI da Dívida Púbica, que saiu do papel após oito meses de sua aprovação na Câmara. Após sessão no plenário, a comissão, em reunião, elegeu o deputado Virgílio Guimarães (PT/MG) como presidente da comissãoe os deputados Marcio Reinaldo Moreira (PT/MG) e Ivan Valente (PSOL/SP) como vices.
As indicações só foram feitas pelos partidos após o presidente da casa, Michel Temer (PMDB), anunciar que indicaria os deputados que faltavam para a composição da CPI. Até semana passada, o PSDB ainda não havia indicado nomes de sua bancada e o PT tinha acabado de retirar os nomes que já tinha indicado.
Metade dos integrantes são deputados da bancada do governo e sete da oposição integrada por PSDB, DEM, PPS e PSOL. O projeto foi protocolado pelo deputado Ivan Valente (PSol) em fevereiro do ano passado para o então presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia. Segundo Valente, há dificuldade em se tratar de assuntos relativos à verba pública porque “os que lucram, os beneficiários da dívida pública, que são os bancários e os rentistas, são financiadores de campanhas e dos grandes meios de comunicação de massa”.
Fazem parte da comissão Carlos Alberto Canuto (PMDB/AL), Ernandes Amorim (PTB/RO), Hugo Leal (PSC/RJ), Jilmar Tatto (PT/SP), Leo Alcântara (PR/CE), Marcio Reinaldo Moreira (PP/MG), Nelson Meurer (PP/PR), Paulo Teixeira (PT/SP), Pedro Novais (PMDB/MA), Vignatti (PT/SC), Virgílio Guimarães (PT/MG), Vital do Rêgo Filho (PMDB/PB), Alfredo Kaefer (PSDB/PR), Bonifácio de Andrada (PSDB/MG), Bruno Araújo (PSDB/PE), Ilderlei Cordeiro (PPS/AC), José Carlos Aleluia (DEM/BA), José Maia Filho (DEM/PI), Luiz Carreira (DEM/BA), Manoel Junior (PSB/PB), Paulo Rubem Santiago (PDT/PE), Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM), Cleber Verde (PRB/MA) e Ivan Valente (PSOL/SP).
O objetivo da CPI é fazer uma auditoria na dívida pública da União, dos estados e municípios e levantar que são os beneficiários dos juros e amortizações, pagos com dinheiro público. Valente acredita que a dívida é “o grande gargalo do desenvolvimento do país” e que, por isso, foi uma grande vitória do povo a instalação dessa CPI. Já Guimarães acredita que a dívida pública em si não é um problema. “É problema porque ela custa, e é solução porque é uma maneira de financiar e atrair recursos”.
Valente afirma que é contraditório a Câmara aprovar o orçamento do país e não investigar o pagamento da dívida pública brasileira, que consome mais de 50% dos recursos do mesmo orçamento. “A análise do perfil da dívida vai mostrar a razão dos altos juros no país e a feitura de grandes superávits primários condicionada ao endividamento brasileiro”, afirma.
A auditoria da dívida do país está prevista nas disposições transitórias da Constituição Federal, mas nunca houve a realização de uma sobre isso desde que a constituição foi promulgada.
De acordo com o deputado escolhido para presidir a CPI, o momento mais “tranqüilo” da economia brasileira pode ajudar o trabalho da comissão. E não acredita que a proximidade das eleições nem a influência do capital rentista possam interferir no trabalho da CPI, por ela ser “técnica”. Para Valente, os resultados da nvestigação “produzirão fatos e dados que impactarão os programas partidários”.
Na próxima reunião da comissão será escolhido o relator da CPI, que provavelmente ficará com algum deputado do PMDB.
Indicados deputados para CPI da dívida pública
Escrito en
NOTÍCIAS
el