Informe oficial estadunidense comprovaria o crime do qual Trump é acusado em processo de impeachment

O documento foi apresentado pelo Gabinete de Supervisão do Governo e afirma que a administração de Trump bloqueou os fundos destinados à Ucrânia para fazer pressão política e obrigar o país a investigar Biden

Foto: Gage Skidmore/WikiCommons
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Um informe oficial divulgado hoje pela imprensa estadunidense comprova que a Casa Blanca atuou de forma ilegal para bloquear o envio dos fundos de ajuda militar para a Ucrânia, e que usou isso para pressionar o governo do país europeu e obrigá-lo a investigar as atividades empresariais de Joe Biden e seu filho Hunter, e assim conseguir informação que ele pudesse usar em campanha. O relatório apresentado pelo Gabinete de Supervisão do Governo (GAO, por sua sigla em inglês) afirma que a ajuda militar à Ucrânia havia sido aprovada pelo Congresso, o único responsável por autorizar ou não essas despesas. “A execução confiável da lei não permite que o presidente substitua, por suas próprias decisões políticas, as aprovadas pelo Congresso como lei”, diz o informe do GAO. Logo, o que o documento diz que o governo de Donald Trump não cumpriu a lei, e bloqueou os 214 milhões de dólares destinados ao governo ucraniano. O GAO é um órgão independente que trabalha para o Congresso. Entre suas funções, está a análise de despesas e operação do governo federal. A confirmação desse dado é bastante pertinente, já que esta é exatamente a acusação que Trump terá que responder no processo de impeachment contra o seu mandato, cujo julgamento no Senado começará na próxima terça-feira (21). Ou seja, aquilo que a oposição a Dilma Rousseff não conseguiu em 2016, que é uma prova de que ela cometeu um crime de responsabilidade, a oposição a Trump, sim, conseguiu. Isso quer dizer que diferente do golpe de Estado que aconteceu no Brasil há quatro anos, o processo estadunidense pode ser, sim, um impeachment legítimo, como manda a lei vigente.