O deputado federal André Janones (Avante-MG) “ameaçou” nesta terça-feira (3) se candidatar à presidência da Câmara no ano que vem caso a MP 1000, que estende o auxílio emergencial até o fim do ano, reduzindo seu valor para R$ 300, não seja colocada em votação.
A declaração foi feita durante discurso em sessão virtual. Janones é defensor da manutenção do benefício em R$ 600 até o final do ano e tem feito transmissões direto do plenário para pressionar a votação da medida provisória.
O parlamentar quer usar a discussão da MP para propor a volta do valor original do auxílio. Avalia que, fazendo isso, conseguiria a aprovação da medida, por entender que os parlamentares não se arriscariam a contrariar a “vontade do povo”.
Janones tem pressionado pela votação da MP desde que ela foi enviada à Câmara. No discurso desta terça, afirmou: “Espero que tudo isso [o adiamento da matéria] não esteja sendo arquitetado de forma a esperar 15 de novembro para aí sim votar contra o interesse do povo”.
E foi quando fez o que depois chamou de ameaça: “Caso a MP 1000 não seja pautada, eu confirmo que estarei na disputa à presidência da Câmara dos Deputados no ano que vem”. Ele justificou sua declaração dizendo que “tá na hora de a gente ter alguém do povo para pautar o que é interesse do povo na presidência da Câmara”.
Manifestações de rua
A volta do auxílio para R$ 600 foi também pedida nesta terça-feira (3) em manifestações de sindicatos em São Paulo. Segundo a CUT, foi a pressão das centrais sindicais e da oposição que garantiu o valor de R$ 600 para o auxílio emergencial. A proposta inicial do governo era que ele fosse de R$ 200.
Na MP 1000, ele foi reduzido para R$ 300. Os manifestantes, assim como Janones, pediram que a MP seja pautada. A ideia é propor emenda que eleve o valor para R$ 600 de novo.
Veja o discurso de Janones: